sexta-feira, 29 de janeiro de 2021

Gênesis 3 - Comentário Bíblico


Gênesis 3

1 Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comereis de toda árvore do jardim?

 A serpente começa com um ataque certeiro, pois tenta a Eva que era a mais frágil e que não ouviu a instrução da boca do próprio Deus. Ele começa contando uma mentira com um intuito de testar o conhecimento de Eva, dissimulando não saber ao certo que Ele havia dito.

Serpente: Nachash(Réptil)

2 Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer,

 Eva omitiu as palavras de Deus e acrescentou outras. Ela diminuiu a bondade de Deus e aumentou a Sua severidade. Ele omitiu as palavras "de toda" e "livremente". E acrescentou "nem tocareis". E também diminuiu a severidade do juízo de Deus, pois ela não disse "certamente".

Fruto = Ação, atitude, obra e não fruta.

Comer = Se alimentar, ter contato.

3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.

 Deus nunca disse para não tocar na árvore, possivelmente, este acréscimo foi dito por Adão. Aqui está a primeira tradição que era: Não tocar na árvore.

4 Então, a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis.

 Depois que Eva deu assunto à serpente, então ela mente descaradamente. E fala algo totalmente oposto ao que Deus disse. A tentação nos faz duvidar das intenções de Deus.

5 Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.

Esta é hoje uma das vontades mais intrínsecas no Homem que é o querer ser como Deus, semelhante a Satanás que desejava ser como Ele.

6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu.

Toda tentação se apresenta dessa forma: Boa, agradável e desejável. 

Boa para comer = Concupiscência da carne.

Agradável aos olhos = Concupiscência dos olhos

Desejável para dar entendimento = Soberba da vida.

Eva após transgredir uma tradição, passou a desconsiderar a própria lei.

7 Abriram-se, então, os olhos de ambos; e, percebendo que estavam nus, coseram folhas de figueira e fizeram cintas para si.

 Acredita-se que a luz na qual servia de veste para eles foi apagada e então ambos viram a nudez um do outro.

8 Quando ouviram a voz do Senhor Deus, que andava no jardim pela viração do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus, o homem e sua mulher, por entre as árvores do jardim.

 O pecado sempre nos faz fugir de Deus.

9 E chamou o Senhor Deus ao homem e lhe perguntou: Onde estás?

 O livre-arbítrio fez com que Deus não mais pudesse se revelar desta forma como no Éden, mas quem quiser achá-Lo, deverá buscá-Lo de todo o coração, representado por Eva(emoção). Primeiro dispomos nossa mente(Adão) e depois a emoção(Eva).

10 Ele respondeu: Ouvi a tua voz no jardim, e, porque estava nu, tive medo, e me escondi.

11 Perguntou-lhe Deus: Quem te fez saber que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não comesses?

12 Então, disse o homem: A mulher que me deste por esposa, ela me deu da árvore, e eu comi.

 Adão atribuiu metade da culpa a mulher e a outra metade a Deus. Cristo porém tomou a culpa da noiva.

13 Disse o Senhor Deus à mulher: Que é isso que fizeste? Respondeu a mulher: A serpente me enganou, e eu comi.

Enganoso é o coração(Jr.17.9) ou seja, enganosa é a Eva pois foi enganada.

14 Então, o Senhor Deus disse à serpente: Visto que isso fizeste, maldita és entre todos os animais domésticos e o és entre todos os animais selváticos; rastejarás sobre o teu ventre e comerás pó todos os dias da tua vida.

 O pó do qual ela se alimentará é o ser humano. Deus não a interroga mas a condena sem argumentos, isto sucede pois a mesma enganou conscientemente.

15 Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e o seu descendente. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.

 Deus disse que a descendência da serpente seria inimiga da mulher, ou seja, a serpente também teria filhos. 

16 E à mulher disse: Multiplicarei sobremodo os sofrimentos da tua gravidez; em meio de dores darás à luz filhos; o teu desejo será para o teu marido, e ele te governará.

 Deus só pode multiplicar aquilo que já existe, ou seja, eles podiam sentir dor. A dor seria agora o mérito pelo qual a mulher obteria filhos. O homem não governava a mulher no Éden. A mulher não pode conduzir, pois a mesma conduziu o homem ao pecado. O desejo da mulher teria que ter o aval do marido pois a mesma pecou por seguir seu próprio desejo.

17 E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.

 O mérito do homem seria através da fadiga do trabalho.

18 Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo.

A terra agora não só produziria coisas boas, mas também más.

19 No suor do rosto comerás o teu pão, até que tornes à terra, pois dela foste formado; porque tu és pó e ao pó tornarás.

20 E deu o homem o nome de Eva a sua mulher, por ser a mãe de todos os seres humanos.

 O nome da mulher era Varoa, após a queda se tornou Eva pois por meio da serpente, ela se tornou a Mãe de todos os seres, a saber, homens e híbridos.

21 Fez o Senhor Deus vestimenta de peles para Adão e sua mulher e os vestiu.

 A vestimenta representa o sacrifício de Jesus por nós para cobrir o pecado do homem.

22 Então, disse o Senhor Deus: Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal; assim, que não estenda a mão, e tome também da árvore da vida, e coma, e viva eternamente.

 Deus conhece o bem e o mal, porém Ele não é mau. Já o homem necessita de muita maturidade para obter esse conhecimento sem se corromper.

23 O Senhor Deus, por isso, o lançou fora do jardim do Éden, a fim de lavrar a terra de que fora tomado.

24 E, expulso o homem, colocou querubins ao oriente do jardim do Éden e o refulgir de uma espada que se revolvia, para guardar o caminho da árvore da vida.

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