terça-feira, 25 de agosto de 2015

Onde Está o Teu Coração? - Richard Baxter (1615-1691)


 O coração voltado para o céu será uma das evidências mais inquestionáveis de sua sinceridade, e uma clara descoberta da verdadeira obra da graça salvívica em sua alma. Saiba que onde estiver seu coração ali também estará seu tesouro. Deus é o tesouro e a alegria dos santos: o céu é o lugar onde eles podem desfrutar plenamente do Senhor. Portanto, um coração voltado para o céu nada mais é que um coração voltado para Deus, e que deseja essa alegria plena; e, certamente, um coração voltado para Deus por meio de Cristo é a evidência mais verdadeira da graça salvífica.


 As ações externas são as mais fáceis de ser descobertas, mas as do coração são a evidência mais clara e certa. Quando seu aprendizado não for uma boa comprovação da graça do Senhor; quando seu conhecimento, suas responsabilidades e seus dons o abandonam; quando os argumentos de sua língua e de sua mão podem ser refutados, ainda assim esse argumento que diz respeito à inclinação de seu coração comprova sua sinceridade.



Considere um cristão pobre que mal pode se expressar em sua própria língua, no que diz respeito à religião, alguém que tenha uma pobre compreensão dos fatos, uma memória falha, que gagueje, mas que seu coração esteja em Deus: escolheu o Senhor para que este fosse sua porção; seus pensamentos estão na eternidade; seus desejos e sua habitação também estão lá.


Preferiria morrer na condição desse homem e ter minha alma envolta pela alma dele que estar envolta pela do homem que tem os dons mais eminentes e é o mais admirado por causa de sua posição e de suas responsabilidades, mas cujo coração não está tão enlevado por Deus. Oras, cristãos, então trabalhem para que vocês tenham o coração voltado para o alto, para que dêem um testemunho certo do amor de Deus, e para que tenham uma prova segura de sua posição na glória. Ponha seu coração verdadeiramente no céu e, sem dúvida, vocês o seguirão.

Kirk Cameron e Ray Comfort - Evangelismo bíblico: Deus, Céu e Inferno


Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - Dinossauros+Dilúvio=Fósseis


Frase - Agostinho de Hipona (354 d.C - 430 d.C)


sexta-feira, 21 de agosto de 2015

A Vitória sobre o Mundanismo - Thomas Chalmers (1780-1847)


 Thomas Chalmers (1780-1847) foi um dos homens mais notáveis do seu tempo - um matemático, teólogo evangélico, economista, clérigo, político e reformador social, tudo em um. Seu sermão mais famoso foi publicado sob o controverso título: "O Poder Expulsivo de uma Nova Afeição". Nele, expôs uma visão de importância permanente para a vida cristã: não se pode destruir o amor pelo mundo mostrando, simplesmente, a sua vacuidade. Mesmo se pudéssemos fazê-lo, isso só nos levaria à desesperança. O primeiro amor de nossos corações centrado no mundo, só pode ser expulso por uma nova afeição – por Deus e de Deus. O amor do mundo e o amor do Pai não podem viver juntos no mesmo coração. Mas o amor do mundo só pode ser expulso pelo amor do Pai. Daí o título do sermão de Chalmers.

 A verdadeira vida cristã, santa e correta, exige, em sua dinâmica, uma nova afeição para com o Pai. Essa nova afeição é parte do que William Cowper chamou de "a bem-aventurança que conheci no momento em que vi o Senhor" - um amor pelo sagrado que parece golpear mortalmente nossas afeições carnais no início da vida cristã. Logo, porém, descobrimos que, apesar de termos morrido para o pecado em Cristo, o pecado não morreu em nós, de modo algum. Às vezes, sua influência contínua nos surpreende, e parece até mesmo nos submergir em algumas de suas manifestações. Descobrimos que nossas "novas afeições" para com as coisas espirituais devem ser renovadas constantemente em por toda a nossa peregrinação. Se perdermos o primeiro amor, nos encontraremos em sério perigo espiritual.


 Às vezes, cometemos o erro de substituí-lo por outras coisas. Entre as favoritas, aqui, estão as atividades e a aprendizagem. Nos tornamos ativos no serviço de Deus, eclesiasticamente (ganhamos posições anteriormente ocupadas por aqueles que admirávamos, e medimos nosso crescimento espiritual em termos de posições alcançadas); nos tornamos ativos evangelisticamente e no processo, medimos a força espiritual em termos da crescente influência; ou nos tornamos ativos socialmente em campanhas políticas e moral, medindo o crescimento em termos de participação. Alternativamente, reconhecemos o fascínio intelectual e o desafio do evangelho, e nos dedicamos a entendê-lo, talvez por ele mesmo, talvez para comunicá-lo aos outros. Medimos nossa vitalidade espiritual em termos da compreensão, ou em termos da influência que ele nos dá sobre os outros. Mas nenhuma posição, influência, ou desenvolvimento pode expulsar o amor pelo mundo dos nossos corações. Podem ser, na verdade, manifestações desse mesmo amor.

 Outros erros que nós cometemos é o de substituir as amorosas afeições pelo pai por regras de devoção: "Não manuseie! Não prove! Não toque!" Esses métodos têm sobre eles um ar de santidade, mas na verdade não têm poder para restringir o amor pelo mundo. A raiz do problema não está na minha mesa, ou no meu bairro, mas no meu coração. A mundanidade ainda não foi expulsa.

 É muito possível, nestas diferentes formas, ter a aparência de genuína devoção (quão sutis são os nossos corações!) sem o seu poder. O amor pelo mundo não terá sido expurgado, mas simplesmente afastado. Apenas um novo amor é suficiente para expulsar o antigo amor. Apenas o amor por Cristo, com tudo o que ele envolve, pode colocar para fora o amor a este mundo. Somente aqueles que anseiam pela vinda de Cristo serão libertados da deserção ‘estilo Demas’, causada pelo amor a este mundo.

 Como podemos recuperar a nova afeição por Cristo e por seu reino que tão poderosamente impactou nossa permanente mundanidade, e na qual crucificamos a carne com suas paixões?

 O que foi que, de qualquer modo, criou esse primeiro amor? Você se lembra? Foi a nossa descoberta da graça de Cristo no reconhecimento de nosso próprio pecado. Não somos naturalmente capazes de amar a Deus por ele mesmo; na verdade, o odiamos. Mas ao descobrirmos isso sobre nós mesmos, e ao tomarmos conhecimento do amor sobrenatural de Deus por nós, o amor pelo Pai nasceu. Em muito perdoados, muito amamos. Nos regozijamos na esperança da glória, no sofrimento, até mesmo no próprio Deus. Esta nova afeição parecia primeiro superar o nosso mundanismo, em seguida, dominá-lo. As realidades espirituais - Cristo, a graça, as Escrituras, oração, comunhão, serviço, viver para a glória de Deus - preencheram a nossa visão e nos pareceram tão grandes, tão desejáveis, que as demais coisas, por comparação, pareceram encolher em tamanho, se tornando insípidas ao paladar.

 A forma pela qual mantemos o "poder expulsivo de uma nova afeição" é a mesma pela qual o descobrimos. Somente quando a graça ainda é "surpreendente" para nós é que pode reter seu poder em nós. Apenas quando mantemos uma percepção de nossa própria e profunda pecaminosidade é que podemos reter uma percepção da percepção da benevolência da graça.

 Muitos de nós partilhamos das tristes perguntas de Cowper: "Onde está a bem-aventurança que experimentei quando vi o Senhor pela primeira vez? Onde está a visão de Jesus e Sua palavra que significavam refrigério para a alma?” Lembremo-nos da altura de onde caímos, arrependemo-nos e retornemos às primeiras obras. Seria triste se uma profunda análise de nosso cristianismo mostrasse a ausência de uma percepção do pecado e da graça. Isto sugeriria que pouco experimentamos do poder expulsivo de uma nova afeição, se é que o experimentamos. Mas não há vida reta que dure sem ele.  

Sinclair B. Ferguson

É SOBRENATURAL! (Sid Roth) - Evidências da Criação


Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - Nascimento Humano


Frase - Agostinho de Hipona (354 d.C - 430 d.C)


quinta-feira, 20 de agosto de 2015

A Batalha na Mente - John Stott (1921-2011)


 Não basta saber o que devemos ser... Devemos ir além e estruturar nossa mente para isso. A batalha é quase sempre vencida na mente. É pela renovação de nossa mente que nosso caráter e comportamento são transformados.


 Assim, as Escrituras nos chamam, vez após vez, em relação a isso, à disciplina mental. Elas nos dizem: "... tudo o que for verdadeiro, tudo o que for nobre, tudo o que for correto, tudo o que for puro, tudo o que for amável, tudo o que for de boa fama, se houver algo de excelente ou digno de louvor, pensem nessas coisas" (Fp 4.8).

 Novamente elas afirmam: "Portanto, já que vocês ressuscitaram com Cristo, procurem as coisas que são do alto, onde Cristo está assentado à direita de Deus. Mantenham o pensamento nas coisas do alto, e não nas coisas terrenas. Pois vocês morreram, e agora a sua vida está escondida com Cristo em Deus"(Cl 3.1-3).

 E mais uma vez afirmam: "Quem vive segundo a carne tem a mente voltada para o que a carne deseja; mas quem vive de acor¬do com o Espírito, tem a mente voltada para o que o Espírito deseja. A mentalidade da carne é morte, mas a mentalidade do Espírito é vida e paz" (Rm 8.5,6).


Domínio próprio é primariamente controle da mente. O que semeamos em nossa mente, colhemos em nossas ações.

O Testemunho de John MacArthur DUBLADO


Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - Relativismo X Absolutismo


Frase - Agostinho de Hipona (354 d.C - 430 d.C)


quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Monumento Perpétuo à Sua Vergonha - Thomas Watson (1620-1686)

 
 Aprenda calmamente a se submeter à divina providência. Não murmure diante das coisas que são organizadas pela sabedoria divina. Não podemos encontrar falhas nas obras da providência assim como não podemos encontrar falhas nas obras da criação. É pecado tanto se queixar da providência de Deus quanto negá-la. Se os homens não agirem como gostaríamos que agissem, Deus os fará agir como ele quer. Sua providência é sua roda-mestra, que faz girar todas as rodas menores, e, no final, a glória de Deus será revelada em todas as coisas.

 "Emudeço, e não abro os meus lábios porque tu fizeste isso" (SI 39.9). Pode ser que pensemos, às vezes, que poderíamos organizar melhor as coisas se tivéssemos o governo do mundo em nossas mãos. Porém, se fôssemos deixados à nossa própria escolha, teríamos escolhido aquilo que nos faria mal. Davi desejava fervorosamente que seu filho, que fora fruto de seu pecado, vivesse, mas se aquela criança tivesse vivido, seria um monumento perpétuo à sua vergonha.

Tim Conway - O Inferno É Necessário


Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - Programa Social X Naturalismo Evolutivo


Frase - Agostinho de Hipona (354 d.C - 430 d.C)


terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ausência de Evidência é Evidência de Ausência? - Craig x Wolpert [Legendado]


O que o Pecado Original Perverteu? - Thomas Watson (1620-1686)


1. O pecado original perverteu o intelecto. Como.na criação, "havia trevas sobre a face do abismo" (Gn 1.2), o mesmo sucede com o entendimento: a escuridão está sobre a face desse abismo. Assim como há sal em cada gota d'água do oceano, amargor em cada galho do absinto, assim há pecado em toda faculdade humana. A mente está escurecida, por isso sabemos pouco de Deus. Desde que Adão comeu da árvore do conhecimento e seus olhos foram abertos, perdemos nossa faculdade de ver.


Além da ignorância da mente, há erro e engano; não fazemos um julgamento honesto das coisas, trocamos o amargo pelo doce, e vice-versa (Is 5.20). Mais ainda, há muito orgulho, arrogância e preconceito, além de muito raciocínio carnal: "Até quando hospedarás contigo os teus maus pensamentos?" (Jr 4.14).



2. O pecado original corrompeu o coração. O coração é extremamente perverso (Jr 17.9). É um pequeno inferno. No coração há legiões de concupiscências, de obstinação, de infidelidade, de hipocrisia e de comoções pecaminosas que, à semelhança do mar, agitam-se com ira e com vingança: "o coração dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios enquanto vivem" (Ec 9.3). O coração é a oficina do diabo, em que toda a maldade é planejada.


3. O pecado original corrompeu a vontade. A desobediência é o trono da rebelião. O pecador contraria a vontade de Deus para cumprir a sua própria. "Queimaremos incenso à Rainha dos Céus" (Jr 44.17). Há, na vontade, uma inimizade enraizada contra a santidade; é como um tendão de aço que recusa se dobrar diante de Deus. Onde está, então, a liberdade da vontade, pois está cheia não somente de indisposição, mas de oposição ao que é espiritual?



4. O pecado original corrompeu os afetos. Estes, como as cordas de uma harpa, estão desafinados. Eles são as pequenas engrenagens, levadas com força pela vontade, a engrenagem principal. Nossos afetos se estabelecem sobre alicerces errados. Nosso amor está alicerçado sobre o pecado, nossa alegria sobre a criatura. Nossos afetos são tão naturais como o apetite de um homem doente, que deseja coisas que lhe são prejudiciais e nocivas; febril, ele pede vinho. Temos luxúria em lugar de santos anseios.

Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - O que é "Nada"?


Frase - Agostinho de Hipona (354 d.C - 430 d.C)


segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Frase - Agostinho de Hipona (354 d.C - 430 d.C)


A Falsa Santificação - Thomas Watson (1620-1686)

Há coisas que parecem santificação, mas não são.

a. A primeira imitação da santificação é a virtude moral

Ser justo, temperante, de bom comportamento, não ter a fama manchada com um escândalo vergonhoso é bom, mas não é o suficiente, não é santificação. Um campo florido é diferente de um jardim. Pagãos se apegaram à moralidade, como Catão, Sócrates e Aristides. A boa educação é somente uma natureza refinada, não há nada de Cristo nela, o coração pode ser impuro e abominável. Debaixo dessas folhas de boa educação, o verme da descrença pode estar escondido. Uma pessoa virtuosa tem uma antipatia secreta contra a graça, odeia o vício e também a graça tanto quanto o vício. A serpente tem uma bela cor, mas pica. Uma pessoa enfeitada e alimentada com uma virtude moral pode ter um afeto secreto contra a santidade. Os estoicos, que eram os principais pagãos moralistas, foram os inimigos implacáveis de Paulo (At 17.18).

b. A segunda imitação da santificação é a devoção supersticiosa

 Isso é abundante no papado. As adorações, as imagens, os altares, as vestimentas e a água benta, coisas que eu entendo como frenesi religioso, e que estão longe da santificação. Nada disso acrescenta nenhum bem intrínseco ao homem, não faz o homem melhor. Se as purificações e as lavagens da lei, que eram orientações do próprio Deus, não fizeram daqueles que as praticaram mais santos, e os sacerdotes que vestiram vestimentas santas e tiveram óleo derramado sobre si só eram santos com a unção do Espírito, então, certamente, as inovações supersticiosas na religião, que Deus nunca orientou, não podem contribuir para qualquer santidade dos homens. Uma santidade supersticiosa não custa muito, não há nada do coração nela. Se santidade fosse dizer orações com uso de um rosário, curvar-se diante de uma imagem, benzer-se com água benta, e tudo aquilo que é requerido daqueles que creem nessas coisas para salvação, então o inferno estaria vazio, ninguém entraria lá.

c. A terceira imitação da santificação é a hipocrisia

 Hipocrisia é fingir uma santidade que se não tem. Assim como um cometa pode brilhar e se parecer com uma estrela ou como um lustre pode brilhar em seu lugar a tal ponto de ofuscar os olhos dos que o contemplam. "Tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder" (2Tm 3.5). São lâmpadas sem óleo, sepulcros caiados como os templos egípcios que eram bonitos do lado de fora, mas dentro havia todo tipo de podridão. O apóstolo fala da santidade verdadeira em Efésios 4.24, implicando que há uma santidade que é espúria e fingida. "Tens nome de que vives e estás morto" (Ap 3.1), são como quadros e estátuas destituídas de um princípio vital: "Nuvens sem água" (Jd 12). Fingem estar cheios do Espírito, mas são nuvens vazias. Isso mostra a santificação como uma auto-alucinação. Quem pega o cobre no lugar do ouro engana a si mesmo.

 Os santos mais falsos enganam os outros enquanto vivem, mas enganam a si mesmos quando morrem. Fingir a santidade quando não há nenhuma é uma coisa vã. Que vantagens levaram as virgens néscias que tinham lâmpadas fulgurantes quando precisaram de azeite? Qual é a utilidade de uma lâmpada sem o azeite da graça salvadora? Que consolo uma demonstração de santidade trará no final? Será que algo pintado com a cor de ouro pode enriquecer? A pintura de água pode refrescar aquele que está com sede? Ou a santidade imaginária será um sofrimento na hora da morte? Não se deve acomodar com uma pretensa santificação. Muitos navios que tinham o nome de Esperança, Triunfo e Vigilante foram lançados contra as rochas, assim, muitos que tiveram o nome de santos foram lançados no inferno.

d. A quarta imitação da santificação é a graça suprimida

 Isso acontece quando os homens se abstêm do vício, embora não o odeiem. O lema de um pecador pode ser assim: "Eu estaria disposto, mas não tenho coragem". O cão só pensa no osso, mas tem medo do bastão, assim os homens têm a mente para a luxúria, mas suas consciências se posicionam como aquele anjo com uma espada flamejante e, assim, ela os amedronta: eles têm a mente para a vingança, mas o medo do inferno é como um freio de cavalo que os adverte. Não há mudança de coração, o pecado é freado, mas não exterminado. Um leão pode estar enjaulado, mas ainda é um leão.

e. A quinta falsificação da santificação é a graça comum

 É uma obra tênue e passageira do Espírito, mas que não ajuda na conversão. Há um pouco de luz em um julgamento, mas não o é para a humilhação pessoal. Alguns têm peso na consciência, mas não acordam.

 Parece santificação, mas não é. Os homens têm as convicções formadas neles, mas abrem mão dessa convicção, como o animal que, ao ser flechado, livra-se da flecha. Depois da convicção, os homens vão à casa da alegria, pegam a harpa para expulsar o espírito de tristeza e tudo morre e não se chega a nada.

Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - Partícula de Deus


Se Deus é bom e poderoso, como coisas ruins acontecem? - Voddie Baucham


sexta-feira, 7 de agosto de 2015

Deus é Justo ao Permitir que o Ímpio Prospere? - Thomas Watson (1620-1686)


Como fica a prosperidade do ímpio neste mundo em relação à justiça de Deus? "Por que prospera o caminho dos perversos, e vivem em paz todos os que procedem perfidamente?" (Jr 12.1).

Tal dúvida tem sido uma grande pedra de tropeço e tem levado muitos a questionar a justiça de Deus. Os que são mais pecaminosos são mais poderosos. Diógenes, quando viu o ladrão Harpalus prosperando, disse: "É certo que Deus jogou fora o governo do mundo e não se importa como as coisas acontecem aqui embaixo".

Deus se relaciona com a prosperidade do ímpio das seguintes maneiras:

a. Usando-a como instrumento de Sua vontade.

 Os ímpios, às vezes, podem ser instrumentos da obra de Deus. Embora não tenham em vista a glória de Deus, podem promovê-la. Ciro (Ed 1.7) foi um instrumento na construção do templo de Deus em Jerusalém. Deus permite que esses prosperem sob as asas de quem seu povo é protegido. Deus não fica em débito com homem algum. "Tomara houvesse entre vós quem feche as portas, para que não acendêsseis, debalde, o fogo do meu altar" (Ml 1.10).

b. Usando-a para torná-los ainda mais indesculpáveis.

 Deus permite que os homens pequem e prosperem de maneira que fiquem ainda mais indesculpáveis. "Dei-lhe tempo para se arrependesse... da sua prostituição" (Ap 2.21). Deus adia o julgamento, estica suas misericórdias para com os pecadores e, se não se arrependem, sua paciência será testemunha contra eles e sua justiça será mais clara na condenação deles. "Serás tido por justo no teu falar e puro no teu julgar" (SI 51.4).

c. Usando-a para destacar ainda mais sua justiça.

 Deus nem sempre deixa o ímpio prosperar em seu pecado. Alguns ímpios, Deus pune abertamente, para que sua justiça seja observada. "Faz-se conhecido o SENHOR, pelo juízo que executa" (SI 9.16), isto é, sua justiça faz homens caírem no ato do pecado. Assim fez com Zimri e Cozbi no ato da impureza.

d. Usando-a para encher plenamente o cálice de sua ira.

 Quando Deus permite que os homens prosperem um pouco em seus pecados, o cálice de sua ira está sempre enchendo, sua espada está sempre afiada: e embora Deus possa evitar os homens por um pouco, a demora em agir não é perdão. Quanto mais Deus demorar em tomar uma atitude, mais pesado será no final. 

 Enquanto existir a eternidade, Deus tem tempo o suficiente para lidar com seus inimigos. A justiça pode ser como um leão adormecido, mas o leão acordará e rugirá sobre o pecador. Nero, Júlio e Caim já não se depararam com a justiça de Deus? É tempo de todos os homens se aperceberem que é inevitável, e a justiça de Deus, por fim, os encontrará.

Testemunho: Hernandes Dias Lopes


Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - Guerra de Tróia e Abraão


Frase - Agostinho de Hipona (354 d.C - 430 d.C)


quarta-feira, 5 de agosto de 2015

Deus é Santo - Paulo Junior



 ( …) nem os céus são puros aos seus olhos. Jó 15.15

 Escrever aos amados leitores nem sempre é tarefa fácil, pois considero uma arte e um dom fazer “o importante se tornar interessante”. Que Deus me ajude a conseguir fazer tal coisa. Não é segredo nem novidade para muitos que essa geração de cristãos tem estado extremamente aquém do Evangelho verdadeiro. Contudo para se saber as razões e o “porquê” disso, é necessária uma leitura teológica e espiritual de nossa parte. Tem-se feito muitas especulações a esse respeito, mas creio que a ignorância do conhecimento de Deus é uma das maiores causas desse “cristianismo não evangélico” atual. Entendendo assim, anseio transmitir ao seu coração algo a respeito do Senhor nosso Deus, e de Sua natureza. Sinto-me desafiado, pois creio ser uma tarefa dificílima escrever algo sobre um ser que supera – em muito, e em absoluto – nossa limitada capacidade de compreensão.

 Tampouco quero presumir por Deus, pois se assim fizer não acrescentarei nada mais que declarações vagas e infundadas. Tenho visto muitos cometerem erros ao tentar conjecturar ou mesmo, através de estudos minuciosos, acharem que podem pensar por Deus. Que o Senhor me guarde de fazer o mesmo. Pretendo falar sobre essa declaração bombástica extraída do livro de : a santidade de Deus. Talvez seja o atributo que mais defina o caráter de Deus: Sua santidade. A qualidade de ser santo, incomparável, inatingível, inimaginável, absoluto, inexpugnável, eterno, infinito em glória e poder, excelso, augusto, incomensurável, em fim, Deus é santo! Todavia, a declaração de Jó 15.15 eleva essa santidade de Deus em um grau que certamente não temos condições de compreender, pois o texto diz que: “nem o céus são puros aos seus olhos”, isto é, nem o céu é santo o suficiente para Ele!

 Isso posiciona Deus e Sua santidade em uma esfera tão elevada, que nossa mente e coração não podem assimilar ou suportar tal ciência. Nada criado se equivale à santidade de Deus, nem mesmo o próprio céu! Uma declaração semelhante feita por Salomão nos deixa ainda mais perplexos quanto à glória e a santidade de Deus: “Mas, na verdade, habitaria Deus na terra? Eis que os céus, e até o céu dos céus, não te poderiam conter (…)” (1Re 8.27). Nem o céu dos céus, nem a habitação de Deus com seus santos anjos, arcanjos, querubins, serafins, é santa o suficiente para conter a Santidade e a Glória de Deus! Estou tentando te mostrar nessas linhas escritas, que Deus é um ser tão santo – mas tão santo – que nem mesmo aquilo que Ele criou com a máxima perfeição pode se equivaler à Sua santidade. Confesso que ao mesmo tempo em que isso é maravilhoso é também assustador, chocante e até aterrorizante, saber que Deus é tão santo assim!

 Mas você pode perguntar: o que há de assustador em saber que Deus é santo? É assustador, porque podemos ter uma ideia da dimensão e da extensão das nossas ofensas proferidas a esse Deus santo! Nossas ofensas, delitos, transgressões e pecados atacam diretamente a Sua santidade, e se tornam muito mais graves e profundos do que imaginamos. Temos ofendido um Deus santo, ignorado Seus valores, atributos, agimos com desdém, temos colocado Ele em uma posição humana, amando assim mais a criatura do que o criador (Rm 1.25). Não respeitamos Sua onipresença, aliás, você sabe o que isso quer dizer? Significa que Deus está em todo lugar e em todo momento contemplando tudo e todos, inclusive nossos pensamentos.

 Pense: todas as nossas ações profanas e reprováveis são feitas diante dos seus olhos, na sua própria presença! Já pensou nisso alguma vez? Não o temos honrado como Lhe é devido, não temos tributado a glória que Lhe é devida, não temos tido zelo pelo Seu nome e Sua santidade, como Jesus nos ensinou: “santificado seja o seu nome” (Mt 6.9). Eu estou dizendo diretamente da Sua Pessoa! Deus não é uma coisa ou um ser abstrato, Ele tem personalidade, atributos, caráter, vontade, um reino celeste, Dele vêm leis e ordens a serem obedecidas, quando é que vamos acordar pra isso? A grande verdade é que a maioria das coisas que fazemos, não é tendo em mente e como fim a santidade de Deus, melhor dizendo: Deus é quase a última pessoa que pensamos quando estamos envolvidos na rotina da nossa vida.

 Não há qualquer preocupação com a Sua pessoa, se Ele está sendo ofendido ou esquecido o se a Sua santidade está sendo zelada ou não! Nem sequer sabemos que estamos a ofendê-Lo e muito menos temos noção da envergadura de tal ofensa! Talvez esse seja o maior pecado da humanidade: a ignorância de Deus! E mais, vocês da classe acadêmica e intelectualizada, tem feito de Deus nada mais que um objeto de estudo, com o intuito de defenderem suas teses e teorias. Quando deveriam estar gravando seus nomes nos corredores dos céus, esforçam-se por inscrevê-los apenas nos anais do saber! No entanto, o pior não é isso!

 Tal maneira de viver traz consequências severas e gravíssimas, pois quando cometemos delitos na Terra, por exemplo, furtos, roubos, calúnias, homicídios, esses diversos delitos são punidos de conformidade com a gravidade dos mesmos, contudo a punição é aqui na Terra e, por certo período de tempo, e toda essa sanção e pena é justa de acordo com nossas leis. Agora as ofensas que estão aqui em questão não foram feitas a um homem mortal, a uma repartição humana, a um animal ou meio ambiente, nem mesmo a um cristão piedoso. As ofensas que tratamos aqui foram e são feitas contra um Deus santo! Quando ofendemos um ser santo, eterno, perfeito, cheio de glória, a punição (pena) de equivaler-se à ofensa, e essa punição será de âmbito eterno!

 É exatamente a esse Deus descrito acima que temos ignorado e pecado descaradamente, sem levar em conta Sua glória e santidade excelsas. Trata-se de uma afronta e Deus não tolerará algo que ofenda Sua santidade! Agora, é maravilhoso, pois ao sabermos em parte a dimensão da Sua santidade e glória – que são infinitas – também podemos ver a dimensão do Seu amor e graça, porque mesmo sendo tão santo e magnífico se revelou à mais indigna criatura: o homem caído.

Ó Deus, que Cristianismo estamos vivendo! Seu Nome está sendo escarnecido! Seus santuários profanados! Sua Lei distorcida! Seu espírito blasfemado! Vivemos em um mundo que ninguém te conhece! Por isso pecamos desenfreadamente contra Ti, Meu Deus! Sem mesmo termos a dimensão do tamanho desses pecados, pois não conhecemos a Ti nem Sua santidade. Ó Deus, nos perdoe, livre-nos da ignorância. Pois por mais que tudo que o Senhor formou ou deixou seja belo, justo e bom, não se equivalem ao Seu amor, Sua justiça e Sua santidade, para a qual devemos viver, amar, e entregar totalmente nossas vida. Amém!

“Portanto, quer comais quer bebais, ou façais outra qualquer coisa, fazei tudo para glória de Deus” (1Co 10.31).

O Mundo Está Acabando e Você Está Jogando Vídeo-Game - Paulo Junior


Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - Vênus e o Berço do Bebê


Frase - Agostinho de Hipona (354 d.C - 430 d.C)


terça-feira, 4 de agosto de 2015

Dinossauros Existiram? A Luz da Bíblia


Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - Origem dos Sexos


O Poder da Oração - Paulo Junior


Frase - Adoniram Judson (1788-1850)


Apedrejamento - Aron Moss



Pergunta:
Tenho dúvidas sobre a visão ortodoxa da fluidez da Bíblia e dos ensinamentos do passado. Obviamente, existem aspectos da Bíblia  que são ultrapassados desde que foi escrita, como o apedrejamento, etc. Que relevância estas passagens têm para nós atualmente?

Resposta:
 A Bíblia não pode ser lida como qualquer outro livro. É a sabedoria de Deus, e assim, possui infinitos níveis de profundidade. Não há uma palavra na Bíblia  que esteja ultrapassada; como Deus está acima do tempo, Sua sabedoria também está.

 O que ocorre é que níveis diferentes se tornam mais relevantes em certas épocas. Enquanto algumas leis da Bíblia não são mais literalmente aplicáveis, significado mais profundo e espiritual de cada uma delas ainda são tão relevantes hoje como eram no passado.

 Vejamos o exemplo que você citou – apedrejamento.
 Hoje em dia o tribunal judaico não apedreja as pessoas por pecarem. Porém a mensagem por trás do apedrejamento ainda se aplica. Mesmo atualmente somos "apedrejados" por nossos erros.
 Num sentido espiritual, quando pecamos, nosso coração fica duro e frio como uma pedra. Quando cometemos más ações, ficamos dessensibilizados àquilo que é bom ou ruim.

 Após repetir um pecado algumas vezes, começamos a justificá-lo. Logo sentimos que não é tão mau assim, afinal. Quando somos criticados por tê-lo cometido, reagimos com justa indignação, tendo nos convencido de que na verdade estamos agindo moralmente.

 Isso tudo porque somos metaforicamente apedrejados – ficamos frios e impávidos à voz de nossa própria alma.  Esta é a visão espiritual da lei do apedrejamento na Bíblia, e isso explica uma grande parte do mal que existe hoje no mundo.

 Este é apenas um exemplo. Cada lei, história e ideia que a Bíblia  ensina pode ser tomada literalmente, mas também possui camadas de significado por baixo da superfície.  É uma jornada inspiradora e empolgante descobrir como essas lições falam e se relacionam conosco nos dias de hoje.

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Tirinhas - Isaac Newton e Charles Darwin - "Deus um delírio?"


Frase - A. W. Tozer (1897-1963)


…e Tudo te Será Acrescentado - Paulo Junior


“Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. 
Mateus 6:33

 Quero trazer aos amados irmãos nesse dia uma mensagem de consolo, esperança e fé, mas também doutrinária e de disciplina. Graças a Deus por sermos cristãos! Fomos chamados por Cristo – através de Sua graça – ao arrependimento e a fé, fomos comprados por bom preço, perdoados de nossos pecados e transformados em novas criaturas e, tudo isso, absolutamente pela graça de Deus.

Nos tornamos forasteiros e peregrinos nessa terra! Eu, juntamente com você, que professamos a mesma fé, estamos apenas de passagem nesse mundo, esperando a bem-aventurada aparição de Cristo, que finalmente nos levará para a glória: o que acredito esperarmos ardentemente.

Mas o fato é que até que isso ocorra pode levar um tempo, de maneira que necessitaremos aguardar a consumação dos séculos, convivendo na esfera terrena, ou seja, o fato de no futuro sermos cidadãos dos céus não nos priva de, no presente, sermos cidadãos da terra. Isso quer dizer que somos pessoas normais: ficamos doentes, temos dívidas, crises familiares e somos sujeitos aos desastres naturais como todos os homens. Nós também temos nossas necessidades básicas e diárias, e até mesmo aquelas urgências que fogem do nosso poder, como situações totalmente insolúveis, que dependem de um milagre – e somente um milagre as pode resolver!

Eu gostaria de dizer a você que Deus pode trazer solução a tais problemas. Ele pode suprir nossas necessidades, mesmo as mínimas e mais insignificantes, e até milagres podem ser operados em sua vida. Porém eu quero te ajudar a compreender como isso funciona.

 Vejo hoje dezenas e centenas de cristãos que estão há anos e até décadas na Igreja do Senhor e sempre estão sofrendo embaraços: vivem doentes, endividados, com seus lares divididos, não alcançam progresso espiritual, não conseguem desempenhar um ministério e sofrem profunda derrota contra o pecado. Por que isso ocorre, mesmo que sejam frequentadores assíduos dos cultos?

 Existe uma razão para isso: Deus, quando abençoa uma pessoa, seja qual for a benção – mínima ou até um milagre – opera tudo pela Sua graça. O simples respirar é uma dádiva da graça de Deus, não é mérito nosso. Mas para que essa graça nos alcance, Deus mesmo estabeleceu princípios para o homem se submeter, acatar e obedecer. Quando o homem assim faz, essa graça é operada.

 No texto citado de Mateus 6.33 isso está bem claro. Jesus começou falando sobre a solicitude da vida, explanando nesse texto todas as necessidades cotidianas que os homens possuem: comida, vestimentas, remédios, e isso também compreende trabalho, enfermidades, bênçãos e milagres – que para Ele são apenas detalhes de nossa vida.

 O próprio Deus é quem diz para não andarmos ansiosos quanto a essas coisas, ou seja, não darmos tanta ênfase, porque essas coisas facilmente podem ser acrescentadas por Seu poder. Ele está dizendo que todas – eu disse todas – as nossas necessidades podem ser supridas por Deus, mas no versículo 33 Ele ensinou o princípio fundamental para que isso ocorra, que é: “Buscai em primeiro lugar o reino de Deus, e a Sua justiça (…)”.

 Para que tenhamos as respostas de oração, para que as coisas nos sejam acrescentadas, para que milagres ocorram em nossa vida, temos que buscar em primeiro lugar o Seu reino, isto é, dar prioridade em fazer a vontade de Deus. Procurar viver e trabalhar de modo a observar diligentemente os preceitos de Deus, que são revelados na Palavra. Esse é o dever de todo cristão: viver com os olhos e o coração voltados para a eternidade, aplicar cada conceito bíblico em nossa vida diária, enfim, fazer tudo que compreende buscar em primeiro lugar o reino de Deus.

Como eu posso fazer isso na prática?

Você deve conhecer a vontade de Deus (“seu Reino e sua Justiça”), através do conhecimento das Escrituras. Uma vez conhecendo essa vontade, você deve aplica-la em cada área de sua vida. Por exemplo: saber o que Deus exige de um pai cristão e aplicar isso. Saber o que ele exige de uma esposa cristã e aplicar isso. Saber como me vestir, falar, me posturar na sociedade, saber o que devo pensar, como devo usar meu dinheiro, como lidar com os meus inimigos e aplicar detalhadamente isso na minha vida à luz das Escrituras. Também saber como me posicionar diante de Deus como cristão, tendo temor, reverência a Deus, fazendo ou deixando de fazer tudo para Sua glória. Assim fazendo, estarei buscando em primeiro lugar Seu Reino e a Sua justiça.

Esse é o nosso dever, ou pelo menos deveria ser. Aquilo que consome nosso coração, sem imposição ou esperar algo em troca – como uma barganha – mas por amor a um Deus que por mim tudo executa!

Portanto, o que ocorre com um cristão que procura e busca em primeiro lugar o Reino de Deus? Aqueles “detalhes” que Cristo pronunciou anteriormente – que são as nossas necessidades diárias, que tanto nos afligem – nos são automaticamente acrescentadas. É como costumo dizer: as bênçãos de Deus não são resultado de campanhas ou de implorarmos a Deus, mas são frutos colhidos de uma vida obediente. Como está escrito no Salmo 37.4: “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará os desejos do teu coração”.

Esses são os princípios que o Senhor estabeleceu para sermos abençoados, termos livramentos e vermos a operação Dele em situações irreversíveis. Parecem ser simples, não é? Mas é exatamente isso!

Dirijo-me agora a você que está passando tantas necessidades e dificuldades – mesmo estando dentro da casa de Deus – quero dizer que isso não é suficiente: ser batizado, tomar Ceia ou mesmo participar de cultos poderosíssimos. De fato isso não resultará em muita coisa. Você precisa obedecer a Palavra de Deus e os princípios que Ele estabeleceu para as bênçãos Dele te alcançarem.

Para que isso ocorra, o princípio que te ensino hoje é: busque em primeiro lugar – de todo seu coração, detalhadamente – o Reino de Deus e tudo que concerne a Ele, assim você estará fazendo a vontade de Deus e, no Seu tempo, debaixo da soberania de Deus, cada necessidade sua será suprida, em glória, por Cristo Jesus (Fp 4.19).

domingo, 2 de agosto de 2015

Explicando o Evangelho para um Não-Convertido - Paul Washer


Existe algo além da Natureza? Ciência e Religião - C. S. Lewis (1898-1963)


Resumo: As ciências estudam a Natureza. E a questão é se há algo além da Natureza - qualquer coisa 'do lado de fora'.

"Milagres", disse meu amigo. "Oh! Não me venha com essa! A ciência já nocauteou essa idéia. Sabemos que a Natureza é governada por leis fixas."

"Mas, as pessoas não sabem disso desde sempre?" perguntei.

"Meu Deus, não," disse ele. "Por exemplo, tome uma estória como a do Nascimento Virginal. Sabemos agora que tal coisa não poderia acontecer. Sabemos que deve haver um espermatozóide proveniente de um homem."

"Mas, escute aqui," disse eu, "José -"

"Quem é ele?" perguntou meu amigo.

"Ele era o marido da Virgem Maria. Se você ler a estória na Bíblia você verá que quando ele percebeu que sua noiva ia ter um bebê, ele decidiu cancelar o casamento. Por que ele fez isso?"

"Não faria o mesmo a maioria dos homens?"

"Qualquer homem faria," disse eu, "desde que ele conhecesse as leis da Natureza - em outras palavras, desde que ele soubesse que uma garota não teria um filho a menos que tivesse dormido com um homem. Mas, de acordo com sua teoria, as pessoas antigamente não sabiam que a Natureza era governada por leis fixas. Estou apenas observando que a estória mostra que São José sabia tanto a respeito da lei quanto você."

"Mas, ele veio a acreditar, depois, no Nascimento Virginal, não foi?"

"Exatamente. Mas, ele não fez isso porque ele estava de alguma forma iludido sobre a origem normal das crianças. Ele acreditou no Nascimento Virginal como algo sobrenatural. Ele sabia que a Natureza trabalha de forma fixa e regular: mas, ele também acreditou que existia alguma coisa além da Natureza que podia interferir com o trabalho dela - desde fora."

"Mas, a ciência moderna tem mostrado que não existe tal coisa."

"Será?" disse eu. "Qual das ciências?"

"Oh, bem, isso é uma questão de detalhe," disse meu amigo. "Eu não posso lhe dar capítulo e versículo de cor."

"Mas, você não vê que", disse eu, "a ciência não poderia nunca mostrar algo desse tipo?"

"E por que não?"

"Porque as ciências estudam a Natureza. E a questão é se há algo além da Natureza - qualquer coisa 'do lado de fora'. Como você poderia descobrir isso, simplesmente estudando a Natureza?"

"Mas, não descobrimos que a Natureza deve trabalhar de uma forma absolutamente fixa? Quero dizer, as leis da Natureza nos dizem não somente como as coisas acontecem, mas também como elas devem acontecer. Nenhum poder pode alterá-las."

"O que isso quer dizer?" disse eu.

"Olhe," disse ele. "Essa 'coisa externa' de que você fala pode fazer dois e dois resultar em cinco?"

"Bem, não," disse eu.

"Muito bem," ele disse. "Penso que as leis da Natureza são realmente tal como dois e dois dando quatro. A idéia de elas serem alteradas é um absurdo tal como o é a alteração das leis da aritmética."

"Um momentinho," disse eu. "Suponha que você ponha cinqüenta centavos numa gaveta hoje e cinqüenta centavos na mesma gaveta amanhã. As leis da aritmética lhe garantem que você vai achar um real depois de amanhã?"

"Claro," disse ele, "desde que alguém não mexa na minha gaveta."

"Ah, mas essa é toda a questão," disse eu. "As leis da aritmética podem dizer o que você encontrará, com absoluta certeza, desde que não haja interferência. Mas, o ladrão não terá desobedecido às leis da aritmética -somente às leis do país. Agora, não estão as leis da Natureza no mesmo barco? Elas não dizem tudo o que acontecerá desde que não haja interferência?"

"O que você quer dizer?"

"Bem, as leis dirão a você como uma bola de sinuca viajará numa superfície lisa se você a atingir com o taco, de uma forma particular -mas, somente se ninguém interferir. Se, depois de ela estar em movimento, alguém esbarrar nela - aí então, você não terá o resultado predito pelo cientista."

"Claro que não. Ele não permitiria truques grosseiros como esse."

"Pois então, e da mesma forma, se houvesse algo externo à Natureza, e se essa coisa interferisse - os eventos que o cientista previsse não aconteceriam. Isso seria o que chamamos de milagre. Num determinado sentido, não seria uma desobediência às leis da Natureza. As leis dizem a você o que acontecerá se nada interferir. Elas não dizem se algo irá interferir. Quero dizer, não é o especialista em aritmética que vai lhe dizer qual a probabilidade de alguém mexer na sua gaveta; um detetive seria mais útil. Não é o físico que poderá dizer-lhe qual a probabilidade de eu pegar um taco e arruinar sua experiência com as bolas de sinuca; é melhor você perguntar a um psicólogo. E não é o cientista que lhe dirá qual a probabilidade da Natureza sofrer uma interferência externa. Você deve consultar um metafísico."

"Essas são observações mesquinhas," disse meu amigo. "Veja você, a real objeção vai muito mais longe. Toda a imagem do universo que a ciência tem nos dado prova ser uma tolice acreditar que o Poder por trás de tudo poderia estar interessado em nós, desprezíveis criaturinhas engatinhando por sobre um planeta completamente ordinário. Isso tudo foi, obviamente, inventado por pessoas que acreditavam que a terra era chata e que as estrelas estavam a apenas alguns quilômetros de distância."

"Quando foi que se acreditou nisso?"

"Ora essa, todos aqueles antigos cristãos sobre os quais você está sempre falando. Quero dizer, Boécio, Agostinho, Tomás de Aquino e Dante."

"Desculpe-me", disse eu, "mas esses são alguns dos poucos indivíduos sobre os quais eu conheço alguma coisa."

Estendi meu braço em direção a uma estante. "Você vê este livro," eu disse, "o Almagesto de Ptolomeu. Você o conhece?"

"Sim," disse ele, "Foi o manual astronômico padrão usado na Idade Média."

 "Bem, leia isso", disse eu, apontando para o Livro I, capítulo V.

 "Á terra," leu em voz alta meu amigo, hesitando um pouco em sua tradução do latim, "a terra, em relação à distância das estrelas fixas não tem dimensão apreciável e deve ser tratada como um ponto matemático."

Houve um momento de silêncio.

"Ele realmente sabia disso naquele tempo?" disse meu amigo. "Mas, nenhuma das modernas enciclopédias - nenhuma das histórias da ciência -sequer mencionam o fato."

"Exatamente," eu disse, "Deixarei você refletir sobre a razão disso. É como se alguém quisesse encobrir esse fato, não parece? Fico imaginando o porquê."

Houve um outro momento de silêncio.

"De qualquer forma," disse eu, "podemos agora enunciar o problema precisamente. As pessoas usualmente pensam que o problema seja como conciliar o que nós sabemos sobre o tamanho do universo com nossas idéias tradicionais de religião. Isso está longe de ser o problema. O problema real é este. O tamanho enorme do universo e a insignificância da terra são fatos conhecidos por séculos e ninguém nunca imaginou que eles tivessem algo a ver com questões religiosas. Então, há menos de cem anos, eles repentinamente são tirados da cartola como um argumento contra o cristianismo. E as pessoas que os tiraram da cartola, cuidadosamente, ocultam o fato de que eles são conhecidos há muito tempo. Não lhe parece que todos vocês ateus são pessoas estranhamente ingênuas?".