Um dos mais antigos pomos da discórdia entre
cientistas (leia-se: a cultura ocidental) e religiosos consiste na discussão sobre
a idade do universo em que vivemos. Pedras, mares, florestas, continentes. Nem
plásticas nem bisturis foram utilizados para maquiar os efeitos do tempo.
Enquanto as rugas não aparecem no rosto desta biodiversidade surpreendente, sua
idade permanece sendo fruto de muita especulação.
Onde as contas entram em conflito?
Imaginemos um encontro entre Michelangelo — um
dos maiores artistas que o mundo já conheceu — e um bem sucedido empresário no
campo da informática. Passado o choque da primeira impressão (Michelangelo
espanta-se com um misterioso aparelhinho preto que não pára de tocar no bolso
do empresário), começam a falar de negócios. Os tempos mudaram, mas as obras
primas, diz Michelangelo, têm valor vitalício.
E então, ambos observam uma bela gravura, na
qual a clássica casinha de telhado vermelho é rodeada por vastos campos verdes,
sob um céu límpido e um sol brilhante. Como estamos na era do
"fast.....", discutem o tempo mínimo necessário para reproduzir a
mesma imagem. "Um artista ligeiro, de boa mão, consegue fazê-lo em três
horas" — diz Michelangelo. Nosso companheiro do século XXI discorda — é
capaz de repetir a gravura em 10 segundos!
E você, o que acha?
Bem, quando começamos a raciocinar, calculamos
o tempo para fazer o esboço, misturar as tintas, preencher a pintura e ainda
dar um toque final. Dez segundos parecem um prazo ridículo! Mas não é, pois trata-se do tempo da impressão
a laser... Desenhar pode ser um trabalho um tanto demorado, mas imprimir ou
carimbar são métodos instantâneos, suficientes para resultar numa imagem
pronta. Ao tratar da idade do universo, naturalmente
pensamos em termos de evolução.
Partículas que se unem, formando uma substância
que se agrupa, transformando-se em elementos naturais, e assim por diante...
Mas o mundo foi criado de um momento para o outro. Bastou uma palavra de Deus
para que surgisse uma montanha. Sem começo, meio e fim. Como uma impressora de
alta resolução, as maravilhosas paisagens do universo surgiram num piscar de
olhos. A antiga discórdia nunca existiu. Tanto religiosos quanto cientistas estão
certos.
Como?
Certa vez, dois homens visitaram um sacerdote com
um dilema. Cada qual dizia que o outro lhe devia 100 rublos. O primeiro
defendeu-se, e trouxe todas as provas para inocentar-se, e ainda lucrar com a
história. Depois de refletir, o rabino expôs sua opinião:
"É, você está com a razão!".
"Mas como?"- gritou o outro —
"Eu lhe emprestei dinheiro, esperei tanto tempo pela devolução, e nunca
recebi o empréstimo de volta, e.....".
Depois de ouvir uma série de desculpas, o
sacerdote exclamou:
"O senhor tem razão!".
Um dos presentes na discussão não conteve a
curiosidade, e, perplexo, perguntou ao sacerdote:
"Sr. sacerdote, como é possível? O senhor disse
que os dois lados opostos estão corretos!".
O sacerdote pensou um pouco, e replicou:
"Pois é, meu caro. Você também tem
razão!".
É claro que para o mundo formar-se por si
mesmo, bilhões de anos seriam um prazo razoável. Se pensarmos nas densas
florestas, enfeitadas por plantas de todo tipo e cor, na diversidade de
animais, grandes e pequenos, com estampas que nenhum designer é capaz de
inventar... O olho humano! De quanto tempo precisariam as milhares de
partículas para se combinaram de maneira tão exata, capaz de captar a
infinidade de cores e formas? Os religiosos concordam: se formado por um
processo de evolução, o mundo teria bilhões de anos.
Não há o que discutir,
pois a Bíblia trata de um método totalmente diferente, instantâneo. Como
Michelangelo e o empresário: fala-se de dois diferentes processos. O primeiro
requer tempo e preparo. O segundo aparece de um momento para o outro. Adão, o primeiro homem, é transferido para um
laboratório, imediatamente após sua criação. Todos os médicos concordam: tanto
em sua aparência física, quanto na análise das células, este homem existe há
pelo menos vinte anos. Mas na realidade, Adão surgiu há dez minutos!
Quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?
(Dica: Nossas mentes funcionam no modo
"evolução" — algo surge de outro algo. Tente convertê-la para o modo
"criação".)
E então, já matou a charada?
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