quarta-feira, 3 de junho de 2015

A Ética Moral - Immanuel Kant (1724 - 1804)



 Immanuel Kant observou que todos parecem preocupar-se com a questão de ética. Embora a moralidade seja diferente de pessoa para pessoa e de sociedade para sociedade, todos lutam com as indagações sobre o que é certo e errado. Todos os seres humanos possuem algum senso de dever moral. Kant perguntou: "O que é necessário para esse senso humano fazer sentido? " Kant respondeu a sua própria pergunta afirmando que para a ética ter significado seria necessário que, em última análise, houvesse justiça.

 De uma fria perspectiva prática ele perguntou: "Por que sermos éticos caso a justiça não prevaleça?"  Kant considerou a justiça um ingrediente essencial para uma moral significativa. Ele notou porém, ao mesmo tempo, que a justiça nem sempre prevalece neste mundo, que os justos sofrem e os perversos muitas vezes prosperam na vida. Seu raciocínio prático continuou, argumentando que desde que a justiça não predomina neste mundo, deve haver lugar em que ela prevaleça. Para que a justiça exista, vários fatores precisam ser computados.

Temos de sobreviver a sepultura.
É preciso haver um juiz.
É preciso haver um julgamento.

Temos de sobreviver a sepultura - A fim de que haja justiça, é necessário que existam pessoas para recebê-la. Desde que não a recebemos neste mundo, devemos transcender a sepultura. A justiça exige uma vida além da morte, caso a ética deva ser prática. 

É preciso haver um juiz - A justiça requer julgamento e este um juiz. Mas como deve ser o juiz, a fim de assegurar que sua sentença seja justa? Kant responde que o próprio juiz precisa ser justo. Caso o juiz fosse injusto ele tenderia então a perverter a justiça em lugar de estabelecê-la. O juiz tem de ser absoluta e completamente justo para assegurar justiça final.

  Mas até mesmo juízes justos são capazes de cometer injustiça em caso de erro de sua parte. Juízes honestos condenaram pessoas inocentes cercadas por um grande peso de evidência circunstancial. Nosso juiz deve ser incapaz de cometer tais enganos. A fim de praticar a justiça perfeita, ele deve ter um conhecimento perfeito de todos os fatos e circunstâncias atenuantes. O juiz deve ser nada menos que onisciente. 

 É preciso haver um julgamento - Um juiz perfeitamente justo e onisciente é necessário para que haja justiça, mas não basta para assegurá-la. Uma vez que o juiz perfeito ofereça o veredicto perfeito, a sentença deve ser executada.

 Se recompensas e castigos adequados devam ser aplicados, o juiz precisa ter a autoridade e o poder de levá-los a efeito. Caso nosso juiz justo e onisciente não possa fazer isso, não haverá então garantia de justiça. Um poder maligno talvez pudesse impedir que o juiz executasse justiça. Assim sendo, seria necessário que ele tivesse o poder perfeito da onipotência. 

Para Kant, a prática da ética exige, portanto que a vida continue além da morte e um juiz cuja descrição se pareça muito com o Deus da Bíblia. Kant reconheceu que seus argumentos tinham natureza prática. Não provam finalmente a existência de Deus - mas deixa para o ser humano apenas duas opções. O importante é que ele reduziu as opções práticas para o ser humano em duas - dizendo que ou aceitamos o teísmo total com a vida após a morte ou não teremos uma base final significativa para nossas decisões e atos morais. 

Sem ética a vida torna-se caótica e finalmente impossível. Sem Deus a ética perde o sentido. A conclusão de Kant foi então esta: "Devemos viver como se houvesse um Deus". A vida era para ele intolerável sem uma base sólida para a ética. Se a morte é o fim, nenhuma exigência ética é na verdade importante - nem faz sentido. 

Josemar Bessa

2 comentários:

  1. De quais textos de kant você tirou essas conclusões pastor? Gostaria das fontes. Ou isso foi algo que se conclui de tudo que ele escreveu?

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    1. Oi Gleivissom, perdão pela demora em responder! Mas estes texto eu extraí do pastor Josemar Bessa, ele lê bastante sobre filosofia, teologia e etc. Eu creio que é uma conclusão do pensamento kantiano!

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