domingo, 6 de setembro de 2015

Como Lidar com o Ciúme? - R. C. Sproul (13/02/1939 - 14/12/2017)


 Estou contente de que você tenha feito essa pergunta porque é o tipo de pergunta que quase nunca se ouve na comunidade cristã. Obviamente, essa é uma questão de grande preocupação para Deus. A Bíblia tem muito a dizer sobre ciúmes e sentimentos semelhantes que temos uns para com os outros. Uma das perguntas que sempre faço aos meus estudantes no seminário é a seguinte: "Suponhamos que você tenha a possibilidade de escrever uma nova constituição para o Governo dos Estados Unidos da América e que vamos começar tudo outra vez.

 Ao invés de termos várias emendas e uma Carta de Direitos, tudo o que poderíamos ter seriam dez regras básicas pelas quais nossa nação seria governada. O que você incluiria nestas dez regras para governar a nação?" Quando fazemos essa pergunta, a maioria das pessoas incluiria regras como proibição contra o assassinato, contra o roubo e esses tipo de violação de pessoas e propriedade que todos reconhecemos como mal. Entretanto, eu também me pergunto quantas pessoas incluiriam entre as dez mais importantes uma regra para honrar os pais, ou uma regra para proteger a santidade do nome de Deus.

 Eu me pergunto quantos incluiriam uma regra contra cobiçar a propriedade dos outros. Ciúme não é exatamente a mesma coisa que cobiça, mas está bem perto. Ciúme significa alimentar sentimentos maus contra outro ser humano por causa das posses ou realizações ou alguma coisa daquela pessoa que desejamos para nós e não temos. Temos sentimentos de má vontade para com essa pessoa porque cobiçamos aquilo que ela possui. Poderia acrescentar que o ciúme é um dos pecados principais a respeito dos quais a Bíblia fala tão frequentemente.

 Creio que uma das razões porque o ciúme é uma questão tão séria para Deus é o fato de que, na raiz dos sentimentos de ciúme para com outras pessoas, está uma crítica velada e assumida contra Deus. Estamos, em certo sentido, expressando nossa insatisfação com o fato de que Deus se agradou em permitir que outras pessoas tivessem aquilo que não temos, ou realizassem o que não realizamos. Ao invés de sermos gratos por aquilo que Deus providenciou para nós — os dons, talentos e posses — em nosso ciúme não apenas machucamos as outras pessoas, mas estamos silenciosamente atacando a Deus em sua soberania e em sua misericórdia. Creio que precisamos encarar esse fato em sua totalidade se vamos nos dispor a superar esse sentimento.

Nenhum comentário:

Postar um comentário