Já o Tártaro é o lugar onde está presa uma parte dos anjos maus, que não guardaram o seu principado (2Pe 2.4; Jd. v.6). Justos, como Abraão, Moisés e Davi, estavam no inferno? Não! Estavam no Hades, definido por W. E. Vine: "...região dos espíritos (...) (mas incluindo os santos em períodos precedentes à ascensão de Cristo) (...) É lamentável quando traduzido por 'inferno' (...) No Novo Testamento, sempre deveria ser traduzido por 'hades' (Dicionário Vine, CPAD, p.689).
Havia um abismo que separava justos e ímpios, um compartimento do Hades isolando o Paraíso (Lc. 16.22-26; 23.43). Ao deixar aquele lugar, Jesus transportou para o terceiro céu os espíritos dos justos mortos antes da obra redentora (Ef. 4.8-10; 2Co 12.1-4), os quais foram alcançados pelo sangue do Cordeiro (Rm.3.25). O inferno - Geena - ainda não foi inaugurado e está reservado ao castigo eterno.
Biblicamente, o Anticristo e o Falso Profeta inaugurarão o inferno no fim da Grande Tribulação (Ap. 19.20). Quando alguém morre sem Jesus, não vai direto para o Geena, e sim para o Hades, onde permanece aguardando, em tormentos, o Juízo Final (Lc. 16.24; Ap. 20.13-15). Isso mesmo: o Hades - sheol, em hebraico - é uma espécie de ante-sala do inferno, onde as almas perdidas aguardam o julgamento.
Nos tempos antigos, era um único lugar, separado por um abismo (Sl. 16.10). Quando o Senhor morreu, levou os justos ao Paraíso, no terceiro céu (2Co 12.1-4). Esses espíritos que estavam no Hades não precisaram receber Jesus como Salvador? Não! Jesus não foi para lá a fim de pregar e fazer apelo! Ele foi proclamar a sua vitória e tirar de lá os justos que já haviam morridos salvos.
Deus dá aos homens a oportunidade de salvação enquanto estão na Terra (Lc. 16.23-25). Depois, segue-se o juízo (Hb. 9.27). Mas, como esses justos foram salvos, se não receberam Jesus como Salvador? Eles foram salvos pela graça de Deus, pois andaram segundo a vontade do Senhor, sendo alcançados pelo sangue de Jesus, que tem efeito retroativo.
"Sendo justificados gratuitamente pela sua graça, pela redenção que há em Cristo Jesus, ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus"(Rm. 3.24,25).
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