terça-feira, 8 de setembro de 2015

Nossa bondade, obras, piedade? - Martinho Lutero (1483-1546)

   “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida, ninguém vem ao Pai senão por mim”. (Jo 14.6)

 Quando chegar a hora em que nossas atividades e trabalho cessarem e não mais precisarmos ficar neste mundo, e surgir a pergunta: Onde vou conseguir uma ponte ou prancha segura, para passar para a outra vida? – neste hora, como eu ia dizendo, você não deve ficar aí, procurando caminhos humanos, nossa própria bondade, obras ou vida piedosa.

 Deixe que tudo isso seja coberto pelo Pai-nosso, nestas palavras: “Perdoa-nos as nossas dívidas, etc.”, e apegue-se tão-somente àquele que diz; “EU sou o caminho, e a verdade, e a vida”. Naquela hora, tenha essa palavra firme e profundamente enraizada em seu íntimo, como se Cristo estivesse ao seu lado, dizendo: “Por que você está à procura de outros caminhos?

 Venha para cá; você deve olhar para mim e permanecer em mim, e não ficar aí, preocupando-se com outra idéias como chegar ao céu. Arranque, de vez, e afaste bem longe de seu coração esses pensamentos e não pense em outra coisa senão nestas minhas palavras: “Eu sou o caminho”. Trate, pois, de colocar seu pé sobre mim, isto é, apegue-se a mim com fé inabalável e confiança absoluta em seu coração.

 Eu quero ser a ponte e levá-lo para o outro lado, para que, num piscar de olhos, você passe da morte e do pavor do inferno para a vida eterna. Pois sou eu quem construiu o caminho e eu mesmo fui e passei para o outro lado, para poder conduzir até lá tanto a você quanto aos demais que se apegam a mim. Basta que você confie em mim, sem duvidar, arrisque tudo em mim, siga seu caminho consolado e contente, e morra em meu nome”.

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