sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Curiosidade Bíblica - O Tabernáculo


Dúvidas - Selo e Batismo

 Em Efésios 1.13, o apóstolo Paulo faz menção ao selo do Espírito de Deus. A palavra "selo" traduz um termo grego que significa "confirmar", "imprimir". Selar é confirmar a nossa salvação, dando-nos a certeza de que nos tornamos filhos de Deus e morada do Espírito Santo (Rm. 8.16; 1Co 6.19). Enquanto o selo é o Consolador em nós (Jo 14.17), o batismo - imersão, mergulho - é o Espírito sobre nós.

 Quando enchemos uma vasilha com água, dizemos que a água está na vasilha. No entanto, quando tomamos essa mesma vasilha, já cheia, e a mergulhamos  em outro recipiente maior, o que acontece? A água passa a estar dentro do vaso, e o vaso dentro da água! Todos os crentes verdadeiros foram selados pelo Espírito e têm a garantia de que obtiveram a salvação em Cristo Jesus. Quanto ao batismo com o Espírito Santo, trata-se de um revestimento de poder para quem já é salvo (At. 2.38,39).

Sede Santos - Thomas Watson - (1620 - 1686)

 A principal coisa que um cristão deveria procurar é a santificação, pois ela é a única coisa necessária. A santificação é nossa mais pura aparência, nos faz como o céu, coberto com estrelas. É a nossa nobreza, pela qual somos nascidos de Deus e tomamos parte na natureza divina. É nossa riqueza, portanto comparada a carreiras de jóias e correntes de ouro (Ct 1.10). É nosso melhor certificado para o céu. Qual outra evidência temos para mostrar? Temos conhecimento? O diabo também tem. Professamos uma religião? Satanás geralmente aparecia com o manto de Samuel e se transformava em um anjo de luz.

 Porém, nosso certificado para o céu é a santificação. Ela é o primeiro fruto do Espírito, a única moeda que valerá no outro mundo. A santificação é a evidência do amor de Deus. Não conhecemos o amor de Deus pela saúde que nos dá, pelas riquezas e pelo sucesso, mas ao desenhar sua imagem de santificação em nós por meio do lápis do Espírito Santo. Que tristeza aqueles destituídos do princípio da santificação. Estão espiritualmente mortos (Ef 2.1). Embora respirem, não vivem.

 A maioria do mundo permanece sem santificação: "O mundo inteiro jaz no Maligno" (1Jo 5.19), isto é, a maior parte dele. Muitos se nomeiam cristãos, mas destruíram completamente a palavra santo. Alguns homens querem explicações racionais, o cristão quer graça. Ainda há algo pior, alguns mantêm tal posição de impiedade odiando e zombando da santificação. Eles a odeiam. Se for ruim desejá-la, pior é odiá-la. Eles abraçam a forma da religião, mas odeiam o poder. 

 O urubu odeia odores agradáveis, o mesmo acontece com os ímpios que odeiam o perfume da santidade. Dizem zombeteiramente: "Este são os seus homens santos?" Zombar da santificação exige um alto grau de ateísmo e é uma marca negra de reprovação. O desprezível Ismael foi lançado fora da família de Abraão (Gn 21.9), aqueles que zombam da santidade serão privados do céu.

 Segundo: acima de todas as coisas persiga a santificação. Procure a graça mais do que o ouro: "Retém a instrução e não a largues; guarda-a, porque ela é a tua vida" (Pv 4.13). Em relação a esta aplicação, vamos responder a duas perguntas:

Primeira pergunta: Quais são os principais incentivos à santificação?

1. É a vontade de Deus que sejamos santos, como diz o texto: "Pois esta é a vontade de Deus: a vossa santificação". Como a Palavra de Deus deve ser regra, também deve ser a razão de nossas ações. Essa é a vontade de Deus, nossa santificação. Talvez não seja da vontade de Deus que sejamos ricos, mas é sua vontade que sejamos santos. A vontade de Deus é nossa garantia.

2. Jesus Cristo morreu para nossa santificação. Cristo morreu e derramou seu sangue para lavar nossa impureza. A cruz era tanto um altar quanto uma pia: "O qual a si mesmo se deu por nós, a fim de remir-nos de toda iniquidade" (Tt 2.14). Se pudéssemos ser salvos sem a santidade, Cristo não precisava ter morrido. Cristo morreu não somente para nos salvar da ira, mas também do pecado.

3. A santificação nos leva a ser semelhantes a Deus. Este foi o pecado de Adão: desejar ser igual a Deus em onisciência, porém, devemos nos preocupar em ser semelhantes a Deus em santidade. Pode-se ver nitidamente a face em um bom espelho, pode-se ver algo de Deus em um coração santo. Nada divino pode ser visto em uma pessoa não santificada, porém se pode ver a imagem de Satanás. A inveja é o olho de Satanás, a hipocrisia seu pé, mas nada da imagem de Deus pode ser vista nelas.

4. A santificação é algo que Deus ama muito. Nenhum ornamento exterior, ou descendência importante ou grandeza deste mundo chama a atenção do amor de Deus, mas um coração cheio de santidade chama sua atenção. Cristo nunca admirou outras coisas senão a beleza da santidade. Ele desrespeitou a grande construção do templo, mas admirou a fé de uma mulher, à qual disse: "mulher, grande é a tua fé" (Mt 15.28). Assim como um rei se alegra em ver sua imagem cunhada em uma moeda, onde Deus vê sua imagem ele atribui seu amor. O Senhor tem dois tronos em que habita, um deles é o coração santo.

5. A santificação é a única coisa que nos torna visivelmente diferentes dos ímpios. O povo de Deus tem seu selo sobre ela: "Entretanto, o firme fundamento de Deus permanece, tendo este selo: O Senhor conhece os que lhe pertencem. E mais: Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor" (2Tm 2.19). O crente é selado com um selo duplo, um selo da eleição: "O Senhor conhece os que lhe pertencem", e um selo da santificação: "Aparte-se da injustiça todo aquele que professa o nome do Senhor". Este é o nome pelo qual o povo de Deus é conhecido: "Teu santo povo" (Is 63.18). Como a castidade distingue uma mulher virtuosa de uma prostituta, também a santificação distingue o povo de Deus de outros povos: "E vós possuís unção que vem do Santo" (1Jo 2.20).

6. É uma grande vergonha ter o nome de cristão e carecer de santidade, assim como ter o nome de mordomo e carecer de fidelidade; ou ter nome de virgem e carecer de virgindade. A religião é exposta à reprovação quando pessoas batizadas em nome de Cristo não são santas, quando têm os olhos cheios de lágrimas no domingo, mas nos dias de semana seus olhos estão cheios de adultério (2Pe 2.14). Ser devoto da mesa do Senhor como se estivesse pisando no céu e tão profano durante a semana como se tivesse saído do inferno. Ter nome de cristão e não ser santo é um escândalo para a religião e os caminhos de Deus ficam mal falados.

7. A santificação é apropriada para o céu. "Nos chamou para a sua própria glória e virtude" (2Pe 1.3). A glória é o trono e a santificação é o degrau pelo qual subimos até ele. Como é comum limpar primeiramente o vaso para depois pôr o vinho, Deus primeiro nos purifica pela santificação e, depois, derrama em nós o vinho da glória. Salomão foi primeiramente ungido com óleo e depois se tornou um rei (lRs 1.39). Primeiramente, Deus nos unge com o santo óleo de seu Espírito e, depois, coloca a coroa de felicidade sobre a nossa cabeça. A pureza de coração e a contemplação de Deus estão unidas (Mt 5.8).

Frase - A. W. Pink (1886 - 1952)


quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Curiosidade Bíblica - O que significa pegar nas pontas do altar?


1 Reis 1.50,51Porém Adonias, temendo a Salomão, levantou-se, foi, e pegou das pontas do altar. Foi dito a Salomão: Eis que Adonias tem medo de ti, porque pega das pontas do altar, dizendo: Jure-me hoje o rei Salomão que não matará a seu servo à espada. 

 1 Reis 2.28 - Chegando esta noticia a Joabe (porque Joabe tinha se desviado seguindo a Adonias, ainda que se não desviara seguindo a Absalão), fugiu ele para o tabernáculo do Senhor, e pegou das pontas do altar.

  Através do ato de pegar nas pontas do altar, os israelitas se colocavam sob a proteção da graça salvadora e auxiliadora de Deus. O altar era um local de santuário bem como de ofertas, e os ofensores que se agarravam à suas pontas estavam seguros contra todo mal. Nem mesmo o Rei Salomão pôde matar o usurpador Adonias, quando este fugiu para a casa de Deus, e lá se agarrou às pontas do altar.

 Os chifres do altar eram símbolos do poder, os israelitas recorriam aos chifres do altar a fim de escapar da ira humana. A fim de alcançar o favor do rei, eles corriam para o santuário e tocavam no altar.

Um homem que foi acusado falsamente de assassinato poderia correr lá para segurança e agarrar-se nos chifres. Se ele fosse inocente eles o protegeriam. 

Êx 21:12-14 "Quem ferir alguém, de modo que este morra, certamente será morto. Porém se lhe não armou cilada, mas Deus lho entregou nas mãos, ordenar-te-ei um lugar para onde fugirá. Mas se alguém agir premeditadamente contra o seu próximo, matando-o à traição, tirá-lo-ás do meu altar, para que morra."

Dúvidas - Línguas e Variedade de Línguas


Quando o crente recebe o batismo no Espírito Santo, fala em línguas. Contudo, em 1 Coríntios 12.1-11, ao enumerar os dons espirituais, Paulo menciona o dom de variedade de línguas, uma experiência diferente e posterior ao batismo.

 Nem todas as línguas que ouvimos no culto constituem-se mensagens específicas de Deus (1 Co. 14.9-25). A variedade linguística deve ser utilizada em conexão com o dom de interpretação. Isolados, ambos os dons perdem a sua eficácia: "...se não houver intérprete, esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo e com Deus" (1 Co 14.28).

Encontrando Deus Durante Tempos Difíceis - Chana Weisberg

 Você já acordou pela manhã sentindo-se espiritualmente esgotado? Às vezes as dificuldades da vida o atingem, tirando sua serenidade, fazendo-o se sentir desconectado de qualquer coisa mais elevada que a máquina do dia-a-dia? Isso acontece a todos nós, e superar essas sensações, reconectando nosso lado espiritual, pode ser um verdadeiro desafio. Como sempre, podemos procurar ajuda na Bíblia.
 A vida da matriarca Sara apresenta uma poderosa lição que nos ensina como lidar com esses tempos difíceis. A primeira vez que somos apresentados a Sara, ela e seu marido Abraão, já em idade avançada, são instruídos a deixar sua casa e local de nascimento e viajar para uma terra desconhecida. Vamos olhar para as fontes. Deus apareceu a Abraão (então chamado Abrão) e disse a ele: “Sai de teu país, da tua família, e da casa de teu pai. para uma terra que Eu te mostrarei. Farei de ti uma grande nação, ter abençoarei e teu nome será grande, e serás uma bênção.”
 Caracteristicamente, Abraão não hesita um momento antes de obedecer à ordem de Deus. Portanto Abraão partiu, como Deus tinha dito a ele, e Ló foi junto: Abraão tinha setenta e cinco anos quando partir de Harã. Abraão levou sua esposa Sarai, e Ló o filho de seu irmão, e todas as posses que tinham juntado e as almas que tinham conseguido em Harã, e foram para a terra de Canaã, e à terra de Canaã eles chegaram.
 Foi ali, na terra sagrada de Canaã, que Abraão teve uma visão e Deus Se comunica com ele, prometendo que ele herdará essa terra abençoada. A palavra hebraica Canaã, o antigo nome para a terra de Israel, também significa “mercador”. Um mercador simboliza riqueza, fartura, oportunidade. Espiritualmente, também, o nome significa fartura, uma profunda proximidade com Deus.
 Na verdade, para Abraão a terra possuía grande riqueza espiritual: Deus apareceu a Abraão e disse: “Para tua semente Eu darei essa terra,” e ali ele construiu um altar a Deus que apareceu para ele… Abraão se comunica com Deus, experimentando um relacionamento muito mais próximo que nunca, como continua o texto: “Ali ele construiu um altar para Deus e chamou o nome de Deus.” Mas, como acontece frequentemente em nossa vida, um desafio surge no horizonte.
 Abraão confronta um teste para sua fé. Houve uma escassez na terra, e Abraão foi para o Egito passar um tempo ali, pois a fome estava severa na terra.E ocorreu que quando ele estava para entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: “Veja, sei que você é uma mulher bonita. Quando os egípcios a virem, dirão: ‘Esta é a esposa dele,’ e me matarão, mas deixarão você viva. Portanto, por favor, diga que é minha irmã, para que eles me beneficiem por sua causa, e minha vida será poupada por causa de você.”
 Em Canaã, uma terra de fartura espiritual, Abraão e Sara vivem abertamente como marido e mulher. Eles cuidam um do outro e se veem como somente marido e mulher podem fazer. Mas então… há uma fome. Espiritualmente, uma fome é um tempo no qual nossa sensibilidade à Deus se torna mais apagada. Sara e Abraão chegam ao Egito – Mitzrayim, em hebraico – um nome que denota restrições e limitação. A fome é um tempo no qual nossa sensibilidade à Deus se torna apagada. 
 Aqui Abraão instrui Sara a ocultar seu verdadeiro relacionamento: dizer que ela é irmã dele. Qual a diferença entre uma esposa e uma irmã num plano espiritual? E o que isso significa para nós em nossa jornada espiritual? Pense em seus irmãos. Como você se relaciona com eles? Às vezes discutem, e às vezes ficam mais próximos. Mas você não escolhe seu irmão ou irmã. Não importa se você o ama ou não, se a ama ou não, irmão é irmão para a vida toda.
 Há uma conexão subjacente que é constante e inquebrável. O vínculo com um cônjuge é diferente. É um relacionamento que foi escolhido; está sujeito à mudança. Infelizmente, como vemos cada vez mais – hoje eles estão casados, amanhã ou um ano depois podem estar divorciados. O relacionamento de irmãos é inato, entranhado, constante. Amor por um cônjuge, por outro lado, é criado. Dois indivíduos separados de famílias separadas se juntam como dois seres distintos e unidos.
 É isso que dá ao casamento sua intensidade, sua paixão, uma proximidade que não pode ser igualada nem mesmo pelos irmãos mais chegados. Voltemos à lição que a jornada de Abraão e Sara traz para nossos tempos de desafio espiritual e psicológico. O Rei Salomão, no Cântico dos Cânticos (5:2), fala sobre o relacionamento do povo de Deus com Deus como sendo tanto uma irmã como uma esposa.
 A jornada de Abraão e Sara e nos mostra como nosso relacionamento com Deus pode ter ambos os elementos. A jornada deles também nos ensina como passar por tempos de desafio espiritual e psicológico. Ao viver na Terra Santa, em Canaã, um local onde sentimos a presença de Deus em nossas vidas, podemos sentir que Deus é nosso amado, Deus é nosso cônjuge. Da mesma forma, em Canaã, Abraão e Sara obviamente são marido e mulher. Mas então chega a fome.
 Um período de mudança. Um período de desafio. Uma situação que nos testa. O relacionamento se torna tenso. E de repente parece que você não está mais tão conectado. Você não sente a riqueza, o “mercador” de Canaã. Em vez disso você sente que está no Egito, um local de limitações. Sozinho. Agora vem a grande lição de Abraão e Sara – “diga que você é minha irmã.” Note que até em momentos nos quais se sente desconectado de seu Deus, de sua nação, de sua alma, Deus não é apenas um cônjuge, mas também um irmão.
 Somos o povo de Deus não apenas porque sentimos isso, mas porque Deus é inato em nosso ser. Como o vínculo entre irmãos, não pode ser ostensivo ou apaixonado. Na verdade, há tempos em que pode parecer completamente adormecido, mas está sempre ali, é uma constante. Podemos – e deveríamos – ansiar por ter a presença de Deus dentro de nosso ser, um relacionamento com Deus que seja vivo, vibrante, apaixonado e repleto de amor, como o relacionamento de um cônjuge amoroso.
 Naqueles tempos, sentíamos como se estivéssemos vivendo na Terra Santa, cercados por bênçãos espirituais. A vida é ótima. Sentimos a conexão. Profundamente. Mas mesmo quando estamos passando por nossas fomes espirituais, nossos tempos de Egito restrições e dificuldades, este episódio com Abraão e Sara nos ensina que nosso relacionamento com Deus ainda existe.
 Pode não ser tão apaixonado, mas temos de entender que ainda está presente, e que podemos entrar nele e revivê-lo, agora e para sempre. Vamos revisar: Canaã adquiriu o significado de “mercador” e “riqueza” (veja Ezequiel 16:29), e representa um nível de fartura espiritual e proximidade com Deus. Egito significa “restrições” e “limitações”, e representa um nível de espiritualidade limitada com graves limites nos segurando de volta em Canaã.
 Abraão e Sara eram abertamente marido e mulher. Canaã representa aqueles tempos em que nosso relacionamento espiritual com Deus está ao nível de “cônjuge”, um relacionamento desenvolvido no qual nos sentimos apaixonados por Deus. No Egito, Abraão diz a Sara e para falar que é irmã dele. Isso nos ensina que até em tempos difíceis ainda temos um relacionamento inato com Deus, ao nível de “irmã”, onde o amor inato, embora não tão apaixonado, ainda está presente e acessível.

Frase - Billy Graham (07/11/1918 - 21/02/2018)


quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Curiosidade Bíblica - O que significa a palavra "dia" em Gênesis


 Alguns cristãos interpretam os seis dias da criação de modo literal, isto é, cada dia representando um período de 24 horas. Para estes, interpretar de outra maneira seria enfraquecer a verdade bíblica, e, para defender sua interpretação, apresentam argumentos científicos detalhados.

 Para outros cristãos, entretanto, a intenção do autor de Gênesis nunca foi escrever o livro como se fosse um tratado científico. Em vez disso, entendem que a palavra hebraica traduzida como "dia" pode ser utilizada em um sentido mais amplo, exatamente como a empregamos atualmente (por exemplo, quando alguém diz "nos dias da minha infância...") e, portanto, podemos interpretá-la no sentido de um período de tempo ou fases de criação, em vez de como um período literal de 24 horas.

Dúvidas - Paulo era Soberbo?


 Quando lemos 2 Coríntios 11.5, temos a impressão de que Paulo, ostentando orgulho, considerava-se superior a Tiago, Pedro, João e outros apóstolos de Cristo. Mas o contexto revela o contrário. Ele não cometeria um erro que, há pouco, combatera - o de louvar-se a si mesmo (2 Co 10.12-18).

 Em 2 Coríntios 12.11, ele disse, ironicamente: "Fui néscio em gloriar-me; vós me constrangestes; porque eu devia ser louvado por vós, visto que em nada fui inferior aos mais excelentes apóstolos, ainda que nada sou".

 A ironia é uma figura de linguagem constante das páginas sagradas. Veja como Jó ironizou a opinião de seus amigos (Jó 12.1,2). Ao falar desses "excelentes apóstolos", Paulo foi irônico, referindo-se a falsos apóstolos: "Porque tais falsos apóstolos são obreiros fraudulentos,  transfigurando-se em apóstolos de Cristo. E não é maravilha, porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz" (2 Co 11.13,14).

Heresias - Fazei o Bem Sem Olhar a Quem?


 Veja como é fácil afastar-se da fonte e inventar versículos. Essa frase é uma distorção de Gálatas 6.10: "Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé". É claro que o crente deve ser bondoso, benigno, ajudador (Gl. 5.22). Mas fazer o bem "de olhos fechados" pode ser perigoso.

 Existem muitos vigaristas dizendo-se missionários ou pastores. Eles sempre contam casos tristes para aplicar os seus golpes, e os irmãos, por não olharem a quem estão ajudando, acabam sendo lesados. Procure, na medida do possível, ajudar as pessoas que estão realmente necessitadas: "Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado, e para o teu pobre na tua terra" (Dt. 15.11).

 Alguém poderá argumentar: "A Bíblia manda-nos fazer o bem até as que nos odeiam!" Sim é verdade, e foi Jesus quem ensinou isso (Mt. 5.44). Contudo, temos de saber distinguir as circunstâncias. Quando somos perseguidos e odiados por alguém, não devemos revidar (Rm. 12.20). Essa é uma situação: tratar bem as pessoas que nos fazem o mal.

 Fazer o bem a pessoas que agem de má fé e aplicam golpes já conhecidos é uma negligência! Paulo ensinou: "... noteis os que promovem dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes; desviai-vos deles" (Rm. 16.17). Fique atento!

O Que É Divindade? - A Realidade Subjacente - Tzvi Freeman


 Divindade, obviamente, tem muito a ver com Deus. Quando falamos sobre Divindade, porém, não nos referimos a Deus. Quando dizemos que a natureza é Divina, ou que o mundo é realmente Divindade, não queremos dizer que a natureza ou o mundo é Deus, Deus não o permita. Então o que queremos dizer?

 Queremos dizer é que como Deus criou este mundo por Sua própria vontade e imaginação, portanto, não importa como ele aparece para nós, sua verdadeira realidade subjacente nada mais é que Sua vontade e imaginação. Por sua vez, Sua vontade e imaginação não são qualidades adquiridas Dele, mas sim inteiramente unidas com Sua unicidade.

 A Divindade, então, é uma singularidade subjacente que une todas as criaturas e eventos, passado, presente e futuro, vitalizando cada um deles e ao mesmo tempo transcendendo todos eles. Uma maneira de conceber a Divindade é imaginar um notável contador de histórias, artista, compositor ou alguma outra mente criativa. Imagine aquela mente concebendo assim do nada algum conceito, tema ou motivo a partir do qual ela pode construir uma história inteira, uma pintura, uma sinfonia ou outra obra criativa.

 Agora imagine que este artista é tão talentoso que, depois que a obra está pronta, apesar da gama de emoções diversas, estilos, timbres e tons que contém, sob um exame mais detalhado tudo pode ser traçado a um único tema e ideia. Agora imagine que essa ideia não é apenas mais uma ideia que nasceu na cabeça do artista, mas uma profunda expressão da alma do artista. De certa maneira, a arte é uma melhor manifestação da alma do artista que a própria pessoa do artista.

 Sua pessoa é apenas a maneira que ele encontrou para se relacionar com outras pessoas. Sua arte, no âmago, expressa o âmago de sua própria alma. Imagine Deus como um artista, cuja alma respira em cada detalhe de Sua arte. Suponho que este é o artista ideal, e embora alguns possam ter chegado muito perto, nosso mundo não é um mundo de ideais. Além disso, até o artista humano ideal pode criar novas formas, histórias e padrões apenas a partir das experiências que adquiriu na vida.

 Nenhuma ideia vem realmente “do nada”. Mesmo que viesse, a arte deve ser criada a partir de materiais, sons e cores que pré-existem, dentro de um contínuo tempo-espaço sobe o qual o artista não tem controle. Mas isso pelo menos serve para nos ajudar a imaginar a obra do Artista Mestre de Todas as Coisas, de quem todos os ideais, formas e conceitos se estendem – até a própria ideia da existência em si.

 É uma analogia; fala de uma experiência da qual não teríamos compreensão, por meios de comparação com o familiar – e então ela exige que nos livremos do familiar para tocar o mistério que está por baixo da sua capa. Pulsando dentro de cada célula e átomo de Sua obra está uma expressão de Seu próprio Ser – porém soberbamente disfarçada dentro da minúcias da história que Ele conta, a tal ponto que um tolo que vê apenas um breve ato da peça acredita que não há Autor, não há história, nem ideia – apenas um punhado de tolos como ele próprio tocando no palco.

 Nós sabemos que não é assim. Sabemos que por baixo disso tudo, não há nada além de Deus. 

Frase - R. C. Sproul (13/02/1939 - 14/12/2017)


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Dúvidas - O Antigo Testamento foi abolido?


 Com base em 2 Coríntios 3.14, pessoas desavisadas pensam que somente o Novo Testamento merece crédito. Contudo, se analisarmos o versículo e, questão à luz do contexto, descobriremos que Cristo não aboliu o Antigo Testamento, a primeira parte da Bíblia, composta por 39 livros.

 O apóstolo Paulo referiu-se ao antigo pacto - a velha aliança - firmado com os israelitas, nos dias de Moisés. Cristo pôs fim as ordenanças da lei (Rm. 10.4), estabelecendo um novo concerto, do qual Ele é o Mediador (Hb. 9.15).

 Hoje, somos "...capazes de ser ministros dum novo testamento, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, e o espírito vivifica" (2 Co 3.6). Se não devêssemos dar crédito aos livros do Antigo Testamento, por que Jesus e os apóstolos os empregaram em suas exposições?

 Nos evangelhos, Jesus fez referência a Abel (Lc. 11.51), a Noé (Mt. 24.37-39), a Abraão (Jo 6.31), à serpente do deserto (Jo 3.14), a Davi (Mt. 12.3,4), a Salomão (Mt. 6.29), a Elias (Lc. 4.25,26), a Jonas (Mt. 12.39-41), etc.

 Lembra-se da pregação de Pedro, no dia de Pentecostes? Baseou-se no livro do profeta Joel (At. 2.16-21). E a mensagem de Estêvão, o mártir? Foi uma narrativa precisa e esclarecedora de diversos acontecimentos veterotestamentários (At. 7).

 O apóstolo Paulo, por sua vez, disse: "Porque tudo que dantes foi escrito para nosso ensino foi escrito, para que, pela paciência e consolação das Escrituras, tenhamos esperança" (Rm. 15.4). E o livro de Hebreus aplica a Cristo e à igreja figuras do Antigo Testamento.

 Finalmente, os livros de Tiago, 1 e 2 Pedro, 1 a 3 João, Judas e Apocalipse também confirmaram a autoridade da primeira parte das Escrituras. Como disse Pedro, "... nenhuma profecia das Escrituras é de particular interpretação. Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo" (2 Pe. 1.20,21).

Heresias - O Cair do Homem é o Levantar de Deus?


 Já ouvi pastores empregando essa frase com a boa intenção de animar irmãos que fracassaram. Quem a usa, está enfatizando que Deus se encarregará de levantar a pessoa caída. Isso é um grande engano!

 Se o homem não tomar uma posição, levantando-se, tal como o filho pródigo, continuará na "lama" (Lc. 15.17-24). Deus tirou o salmista de um lago horrível porque ele esperou confiantemente no Senhor (Sl. 40..1,2, ARA).

 Em Tiago 4.8, vemos que o primeiro passo deve ser dado pelo ser humano. A Bíblia não diz: "Quando Deus se chegar a vós, chegai-vos a ele" mas, ao contrário, "Chegai-vos a Deus". O homem precisa querer, desejar se chegar ao Senhor.

 Por isso, Deus convida-o a se levantar (Pv. 24.16; Ef. 5.14; Ap. 2.5). O cair é do homem, e o levantar também é do homem, com a ajuda de Deus! Apesar de estender-nos misericordiamente a mão, jamais fará a parte que cabe a nós (Sl. 37.24).

O Escravo Vai… O Filho Fica… - Caio Fábio

 Jesus disse algo solto…, e que a gente acolhe porque veio Dele…, e, também, porque faz sentido na lógica da existência, embora, aparentemente, quebre a lógica do texto, ou, pelo menos, ainda que se ligue ao texto nas “palavras” que usa..., nos termos que adota..., também presentes no contexto todo, a fala em si parece não dizer nada...

“O escravo não fica para sempre na casa, o filho sim, para sempre”...

 Ora, Ele disse isso em João 8, no contexto do “Conhecereis a Verdade e a Verdade vos libertará”; e, também, no mesmo lugar no qual Ele disse que “todo aquele que comete pecado é escravo do pecado”...

 Entretanto, ainda assim o texto fica solto... Sem conexão com o antes e o depois..., exceto pelos termos “escravo”, em contraposição a “filho”, que fica para sempre..., pois é livre...
Eu, no entanto, apesar de ter pregado centenas de vezes usando o texto de João 8..., jamais pregara no texto especifico em questão aqui... “O escravo não fica para sempre na casa, o filho sim, para sempre”...

 Foi somente no domingo passado que me dei conta que o texto falava de fato da questão da “permanência na Palavra”...
Sim, pois Jesus dissera aos judeus que supostamente “haviam crido Nele”... que eles deveriam..., a fim de serem de fato Seus discípulos, permanecer na Palavra... — então, conheceriam a verdade e a verdade os libertaria...

 Na seqüência eles ficam furiosos com a ideia de ainda virem a ser libertos...[Eles..., que se consideravam as consciências mais iluminadas do Planeta!... Libertos?...]. Sim, libertos de algo que era de uma subjetividade que, na pratica, faria todo homem ser escravo ante as realidades em questão, do coração, do interior... — no ambiente no qual se comete pecados...

 Por isto, os que diziam ter crido em Jesus não podiam ficar..., permanecer..., continuar..., ficar para sempre na Casa..., como os filhos ficam. Sim, não ficariam..., como de fato não ficaram, posto que não fossem filhos da Palavra da Vida, vindo a ser posteriormente chamados por Jesus de filhos do diabo... Sim, filhos da mentira, da impermanência, do engano e da fantasia em fuga da verdade...

 Assim, simplificadamente, o que Jesus está dizendo é que existe gente com espírito de escravidão, e que tais pessoas jamais se firmarão na verdade, e, por isto, jamais ficarão na Casa do Amor, na Tenda da Graça e da Verdade, pois, para tais pessoas, o desconforto da Verdade é equivalente ao mal-estar que um escravo sente ante o fato de que ele enxerga a cada ordem do seu senhor o quão escravo ele é...

Por isto o escravo quer fugir sempre...
Para ficar na casa do Pai a pessoa tem que se sentir e saber que é filho..., do contrario, a Casa/Palavra de Jesus se torna insuportável...

 Não adianta... Sem a confiança no amor do Pai e sem a confiança de ser filho..., nenhum homem se emancipa pela religião a fim de se sentir filho, se ainda é escravo...; e, por isto, pelo espírito de escravidão ao pecado..., jamais se sentirá à vontade ante na Morada da Verdade e da Graça... Daí o escravo não ficar para sempre, não permanecer na Palavra; sendo que o filho fica para sempre...
Faça o melhor proveito para a sua vida! Nele, que não gera escravos, mas filhos do amor permanente.

Frase - A. W. Pink (1886 - 1952)


segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Curiosidade Bíblica - Noivado Diferente!


 Em Mateus 1.18, está escrito:"... o nascimento de Jesus foi assim: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem achou-se ter concebido do Espírito Santo". A palavra "desposada" equivale, hoje, a "noiva". E uma análise histórico-cultural mostrará que esse "noivado" para os judeus era mais do que um simples compromisso.

 Estar desposada não era o mesmo que pôr uma aliança em um dedo da mão direita, podendo desfazer esse compromisso a qualquer momento sem maiores explicações. Para os judeus, o noivado, por assim dizer, implicava estar, na prática, casado, aguardando somente o momento da união. Era, portanto, a primeira parte do casamento e só podia ser dissolvida pelo divórcio!

Heresias - Diga-me com quem andas, e eu te direi quem és?


 Essa frase é clássica, não é mesmo? Mas não faça como muitos pregadores, que afirmam: "A Bíblia diz: Diga-me com quem andas..." Cuidado com isso! Cite-a como um provérbio, um ditado, e não como um versículo bíblico.

 Contudo, embora não apareça textualmente nas Escrituras, essa frase está em harmonia com elas: "Não entres na vereda dos ímpios, nem andes pelo caminho dos maus. Evita-o, não passes por ele; desvia-te dele e passa de largo" (Pv. 4.13,14). " Anda com os sábios e serás sábio, mas o companheiro dos tolos será afligido" (Pv. 13.20). "O homem violento persuade o seu companheiro e guia-o por caminho não bom" (Pv. 16.29)

Dúvidas - Para quem devemos cantar?


 No livro de Salmos, principal referencial das Escrituras sobre música e louvor, os salmistas, em suas composições, seguem, grosso modo, a uma das premissas abaixo: 

 1) Dirigem palavras de louvor ou oração diretamente a Deus (3.7; 6.1; 9.1; 30.1, etc.). 

 2) Falam de si mesmos, mas em relação à grandeza do Senhor (18.2; 23.1; 42.1; 73.2,23; 103.1; 104.1, etc.).

 3) Mencionam a magnificência do Criador (19.1; 24.1, etc.)

 4) Estimulam todos a louvarem ao Senhor (95.1; 107.1; 112.1; 113.1, etc.).

 5) Mencionam as bem-aventuranças que existem para o justo, em contraste com o ímpio (1.1,2; 36.1, etc.). 

 As canções tidas como "hinos" não cumprem nenhuma das proposições acima. Não exaltam a Deus de forma alguma. São voltadas para o ser humano, com elogios e mensagens triunfalistas, do tipo auto-ajuda barata. Observe que em algumas canções é o ser humano quem recebe todos os elogios e palavras de ânimo.

O Que É Deus? O Não-Ser - Tzvi Freeman


Pergunta:

Em algum lugar ao longo do caminho, me equivoquei sobre Deus. Outro dia percebi que já fazia algum tempo que eu não via Deus – provavelmente desde a infância. E não se trata apenas de eu não poder encontrar Deus – também pareço ter perdido meu senso daquilo que Deus é… Por que isso aconteceu? Se eu O tinha quando era criança, por que não deveria tê-Lo agora?

Resposta:

 Você teve uma pista, mas perdeu a outra. Isso tem a ver com a sua linguagem. Chame-a de “fixação na coisa”. Este é provavelmente o maior desastre da sua infância – não o de ser desmamado, não o de abandonar as fraldas, não o de sentar-se na carteira na primeira série – mas quando você aprendeu sobre coisas.

 A essa altura, o mundo inteiro foi reduzido em sua mente a nada além de uma caçamba repleta de coisas. Então até mesmo Deus acaba sendo definido como uma coisa. Não quero dizer “você aprendeu sobre as coisas do mundo.” Quero dizer, você aprendeu sobre a ideia de coisas. Você aprendeu que o mundo é feito de coisas, objetos, troços materiais que simplesmente “estão ali”.

 Mais tarde na vida, você começou a correr atrás dessas coisas, acumulando-as, ajuntando mais e mais quantidade de coisas para encher sua casa, seu quintal e sua garagem. A essa altura, o mundo inteiro foi reduzido em sua mente a nada além de uma caçamba repleta de coisas. Então até mesmo Deus acaba sendo definido como uma coisa – e você está tentando encontrar o local onde Ele se encaixa.

 Porque, afinal, todas as coisas se encaixam em algum lugar. Quando você acordou para a vida quando criança pequena, não era assim. Não havia coisas. Havia apenas a experiência de ser. De sentir, de viver, de respirar e fazer. Gritar, mamar, arrotar. Aquilo tudo era real. Aquilo tudo é vida. As coisas não são reais, As coisas são ficção. Elas não existem. Nós as criamos.

O Nascimento da “Coisisse”

 Como as coisas vieram a existir? Aqui está minha ideia sobre isso. No princípio, não havia coisas. Toda a humanidade conhecia a vida como faz uma criança pequena, até que cresça e fique mais esperta. Mas então alguém entrou em sua cabeça para desenhar todo o tipo de coisas que tinha. Por fim, os desenho se tornaram glifos, um recurso esperto para comunicação esotérica.

 Os amantes dos glifos – tais como os sacerdotes de culto do antigo Egito – criaram milhares de glifos para representar a ideia de uma “coisa” – uma foto estática de uma coisa distinta num momento congelado do tempo. A coisa nasceu. E o mundo jamais foi o mesmo. No hebraico, os verbos mandam.

 Provas? Porque no hebraico antigo, bíblico, não há palavra para troço. Ou coisa. Nem objeto ou algo que o valha. No hebraico primitivo, cru, você não diz: “Ei, cadê aquela coisa que eu coloquei ali?” Você diz: “Onde está o desejado (chefetz) que eu coloquei aqui?” Você não diz: “O que é aquela coisa?” – você diz: “O que é aquela palavra?”

 Isso é o mais próximo que você consegue chegar da ideia de coisa: uma palavra. Toda a realidade é feita de palavras. Olhe na história da criação: todo o céu e a terra nada mais são que palavras. De fato, no antigo hebraico, também não há realmente nomes. Nos idiomas como o inglês, ou português, os substantivos são os amos e os verbos são seus escravos, com adjetivos e formas associadas dançando em volta para servi-los.

 No hebraico, os verbos mandam. Grande, pequeno, sábio, tolo, rei, sacerdote, olho, ouvido – todos esses soam como coisas, mas no hebraico são formas de verbos. De fato, tudo em hebraico é realmente um verbo. Tudo é um evento, um acontecimento, um processo – fluindo, movendo-se, nunca estático. Assim como quando você era uma criança pequena.

 Em hebraico, não há sequer o verbo no tempo presente. Há particípios, mas a ideia de um tempo presente somente surgiu mais tarde. No hebraico real, nada jamais é – tudo é movimento. Isso se encaixa, porque o hebraico não foi escrito em glifos. O hebraico foi o primeiro idioma que conhecemos a ser escrito com símbolos que representam sons, não coisas.

 Com o alfabeto hebraico – a mãe de todos os alfabetos – você não vê as coisas, você vê sons. Até o processo de leitura é diferente: quando você lê glifos, a ordem não importa tanto. Você apenas olha e tudo está ali. Até os modernos glifos chineses podem ser escritos em qualquer direção. Com um alfabeto, a sequência é tudo. Nada tem significado por si mesmo. Tudo está no fluxo. O fluxo é real. As coisas não são reais.

 Pergunte a um médico: quanto mais examinamos as coisas – aquilo que eles chamam de matéria – vemos que não estão ali. Tudo que realmente existe são os eventos: ondas, vibrações, campos de energia. A vida é um concerto, não um museu. Pense sobre escrever música, em oposição a pintar um retrato.

 O artista dá um passo para trás e contempla sua arte, sua captação imóvel de um momento congelado – e contempla tudo de uma só vez. Então ele educadamente pede ao modelo para fazer o favor de voltar à pose daquilo que agora se tornou a realidade, o retrato. Um retrato daquilo que é, mas nunca foi. Um compositor de música não pode fazer isto.

 Você não pode congelar um momento da música – ela se desvanece assim que você tenta fazer isto. Como a coisa fictícia que chamam de matéria: congelada ao zero absoluto, sem energia, sem movimento, não existe mais. Porque, na verdade, tudo que existe é o fluxo do ser. O fluxo do ser: agora você encontrou Deus.

O fluxo do ser: agora você encontrou Deus. De fato, em hebraico, este é o Seu Nome. O Nome de Deus é uma série de quatro letras que expressam todas as formas do verbo de todos os verbos, o verbo ser: é, foi, sendo, será, vai ser, fazendo ser, deveria ser – todos esses estão naquelas quatro letras do nome de Deus.

 Como disse Deus a Moisés quando ele perguntou Seu nome; “Eu sou aquilo que serei.” Em nossas línguas modernas aquilo não funciona. Escorregamos rapidamente para a armadilha da “coisisse” outra vez. Quem é Deus? Respondemos: “Ele é Aquele que foi, é e será.”

 Aqui vamos nós outra vez com a história de “a coisa que é”. Não, Deus não é uma coisa que é, foi ou será. Deus é o “ser” em si. Uau! A frustração da linguagem. Precisamos de palavras novas. Em hebraico você pode conjugar o verbo ser em todas as maneiras e ainda mais. Talvez no inglês ou português um dia façamos o mesmo.

 Até lá, somos como artistas usando aquarelas para imitar Rembrandt: como músicos tentando tocar músicas do meio-oeste em Dó Maior. E a prova: fazemos perguntas que fazem sentido somente em inglês ou português, mas no hebraico são totalmente absurdas. Assim como: “Deus existe?” Em hebraico, há uma tautologia, algo equivalente a “A existência existe?”

 Não há necessidade de “acreditar” neste Deus – se você sabe sobre o que estamos falando, você simplesmente sabe. Você saberá, também, que não há nada além desse Deus – o que há que fique de fora da “sersisse”? Quanto à fé e à crença, estão reservadas para coisas maiores. Como acreditar que esta notável Sersisse que é tudo que importa, sabe, tem compaixão, pode ser compreendida.

 Em outras palavras, dizer que a realidade é uma experiência carinhosa, o que se resume a dizer que a compaixão é real, o propósito é real, a vida é real. Isso é algo em que temos de acreditar. Mas a existência de Deus – como a maioria das ideias sobre as quais os homens discutem – esta é apenas uma questão de semântica.

 Pense simplesmente: Você acorda pela manhã e, antes mesmo do café, há. Realidade, existência. Não “as coisas que existem”, mas a existência em si mesma. O fluxo, O infinito fluxo de luz e energia. Do ser, da existência. Do é. Pense em tudo que flui da “sersisse” num ponto único, perfeitamente simples. Entre nele, comungue com ele, fale com ele, torne-se um com ele, - isso é Deus.

Tirinhas - O Cético - Evolução do Homem!


Frase - Billy Graham (07/11/1918 - 21/02/2018)


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Curiosidade Bíblica - Caminho de um Sábado


 Qual era a distância do caminho de um sábado, mencionada em Atos 1.12? De acordo com o mestre Antonio Gilberto, "...era a distância que ia da extremidade do arraial das tribos, ao tabernáculo, quando no deserto" (A Bíblia Através dos Séculos, CPAD, p. 181). Essa distância correspondia à jornada de um sábado: cerca de 2.000 cúbitos - 1.200 metros. 

Heresias - Não cai uma folha de uma árvore, se não for da vontade de Deus!


 Esse versículo "novo" é usado para enfatizar que Deus controla todas as coisas. Contudo, sequer preocupam-se em verificar se esse chavão está registrado nas Escrituras. A Bíblia mostra claramente que Deus é o controlador da natureza. Em Isaías 40.12-31, vemos como Ele tem o universo em sua mão e faz o que lhe apraz.

 É necessário, no entanto, notar que o Senhor nem sempre faz valer a sua vontade imperativa, pois respeita o livre-arbítrio (Tg. 4.8).  Daí os homens terem permissão para derrubar árvores inteiras, devastando a mata atlântica e destruindo a sua biodiversidade. Isso não ocorre porque Deus não esteja no controle! Na verdade, desde o início, é responsabilidade do homem cuidar da terra (Gn. 1.26; 2.15).

Dúvidas - Jesus provou a morte espiritual?


 Alguém muito conhecido no meio cristão certa vez declarou em um de seus livros: "...Jesus se tornou como nós éramos: separado de Deus. Porque provou a morte espiritual por todos os homens. Seu espírito, seu homem interior, foi para o inferno em nosso lugar... A morte física não removeria os nossos pecados. Provou a morte por todo homem - a morte espiritual.".

 De onde alguém pode ter tirado tamanha inverdade! Teria Jesus se separado de Deus em razão de possuir uma vida pecaminosa. Ora, morte espiritual implica afastar-se do Senhor em decorrência do pecado (Is. 59.2; Rm. 3.23), e Jesus nunca pecou.

 Ele foi feito pecado por nós (2 Co. 5.21), e não pecador, e levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro (1 Pe. 2.24), recebendo em sua carne a punição que a nós convinha (Is. 53.4,5). Isso jamais pode ser equiparado à morte espiritual, haja vista o Senhor nunca ter pecado (Hb. 4.15).

 Jesus não se tornou como nós éramos, pois isso implicaria reconhecer que Ele se fez pecador, e não pecado. Quando estudamos, sem preconceito, com calma e em oração, os textos de 2 Coríntios 5 e Filipenses 2.6-8, desaparecem as dúvidas quanto ao fato de o Senhor ter-se feito pecado, levando sobre si todos os nossos pecados, e não pecador, morrendo espiritualmente.

A Escuridão ao Nosso Redor e Nosso Mórbido Prazer! - Josemar Bessa



 Uma citação famosa de C. S. Lewis diz: “Você não tem uma alma, você é uma alma, você tem um corpo” – A alma é o próprio homem em si: “Pois que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que dará o homem em recompensa da sua alma?” - Mateus 16:26 – O corpo, diz Jesus, pode ser perdido, não tenha medo: “Não tenham medo dos que matam o corpo, mas não podem matar a alma. Antes, tenham medo daquele que pode destruir tanto a alma como o corpo no inferno.” - Mateus 10:2

 A alma é o inquilino que habita o corpo. Conhecer a si mesmo então é fundamental, pois outros conhecimentos tornam o homem cada vez mais susceptível ao orgulho, mas o verdadeiro conhecimento de si mesmo humilha o homem.

Certa vez C. S. Lewis disse o seguinte sobre a vasta maioria que acha que pensar sempre em nossas próprias falhas seja um prazer mórbido:

"Algumas pessoas dizem que é mórbido estar sempre pensando em nossas próprias falhas... enxergando e enfrentando quem de fato somos. Mas na verdade isso traz um mal duplo. Quando paramos de pensar, ver e meditar sobre nossas próprias falhas, logo começamos a pensar sobre as falhas dos outros.

Quanto menos vemos nossas falhas, mais vemos a dos doutros e menos compreendemos nossa situação diante de Deus. Agora, o que é verdadeiramente mórbido? Pensar e ‘desfrutar’ a falha de outras pessoas é, este sim, o prazer mais mórbido do mundo. Não gostamos de nenhum pensamento que nos é imposto, mas sugiro uma forma de racionamento que devemos impor a nós mesmos.

Abster-se de todo pensamento e meditação demorada sobre as falhas dos outros, a menos que sejamos seus pais, professores ou líderes... Sempre que os pensamentos assim entrarem em sua mente, por que não simplesmente empurrá-los para fora? E então começar a pensar seriamente em tuas falhas?

Pois meditar nisso te levará a algo prático. Humilhação, e com isso o clamor pela ajuda de Deus para realmente fazer algo concreto contra as falhas na tua vida, onde você realmente pode atuar, e atuar duramente."


"De todas as pessoas em tua casa, igreja ou trabalho, há apenas uma a quem você pode aplicar a verdade, você! Olhe essa verdade essencial e pense a quem você pode aplicá-la: “Portanto, irmãos, rogo-lhes pelas misericórdias de Deus que se ofereçam em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; este é o culto racional de vocês. Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.” - Romanos 12:1-2 

  Você só pode apresentar o teu corpo como sacrifício. Isto é um fim prático... pensar e meditar nas tuas falhas é essencial. Mórbido é o tempo gasto no prazer de meditar na falha dos outros, estranhos, irmãos, igreja... principalmente quando isso não faz de nós agentes de cura, mas apenas nos fornece desculpas...Quanto mais você demorar a fazer isso, mais difícil será!"

 Essas são palavras sábias de C. S. Lewis. Como é fácil elevar a fraqueza dos outros, dos irmãos, da igreja... e esquecermos a nossa própria fraqueza. Muitas vezes esse é um esquema, até mesmo em alguns momentos, inconsciente, e engendrado por nossos corações auto-protetores e auto-justificadores.

 Sem isso, falar sobre a fraqueza dos outros, igreja... será cortina de fumaça escondendo, aí sim, a morbidez estranha do coração caído humano. A falta do auto-conhecimento é ocasião para todo tipo de orgulho: “Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo.”- Gálatas 6:3.

 Veja a repreensão de Cristo aos discípulos sobre a falta de conhecimento de seus próprios egos: “Mas Jesus, voltando-se, os repreendeu, dizendo: "Vocês não sabem de que espécie de espírito sois” - Lucas 9:55 – Quanto mais ignorantes de nós mesmos mais propensos a morbidez de ser grandemente sensível aos erros alheios e menos enxergamos os nossos.

 Hoje temos uma epidemia de desejo de consertar a igreja, mas não a mesma paixão voltada por nossa vida. Os erros da igreja, pelo contrário, se tornam a desculpa para meu fracasso em me auto-examinar e mudar diariamente... eu sempre poderei culpar a “instituição...” – Quanto mais nos conhecermos, mas lentos seremos em participar da censura aos outros pelos mesmos crimes de que somos culpados.

 Com isso, nossas vidas serão uma benção para a igreja de nossa geração, sendo fonte de cura para todos os males da igreja de nossa geração e não apenas seus críticos sentados em suas poltronas: ... és indesculpável; pois está condenando a si mesmo naquilo em que julga, visto que você, que julga, pratica as mesmas coisas... então você, que ensina os outros, não ensina a si mesmo?” Romanos 2:1,21.

 Um verdadeiro conhecimento de nós mesmos não pode ser adquirido sem exame diligente e freqüente. Se gastamos a maior parte do tempo examinado os outros, a igreja... isso será impossível.  Mais naturalmente há uma repugnância ao auto-exame e um prazer, esse sim, como diz C. S. Lewis, mórbido, em examinar tudo, menos a nós mesmos.

 Por isso estamos sempre sendo tentados e em grande perigo de enganarmos a nós mesmos por causa do amor próprio e preconceito a nossa favor. O auto-conhecimento que Deus nos chama a ter através da Palavra exige um bom grau de honestidade e imparcialidade. Mas o desejo sincero de chegar a verdade sobre nós não é o único pré-requisito para o autoconhecimento necessário de uma vida que honre a Deus.

 A mente deve ser iluminada em relação ao padrão de retidão ao qual Deus nos chama, ao qual devemos ser conformados. A Palavra deve habitar ricamente em nós, e por seus princípios apenas, seus preceitos, nossos sentimentos sobre nós mesmos devem ser formados. Cuidado com a ilusão comum de formar uma estimativa de si mesmo a partir do exame dos que te rodeiam.

 Quando somos sensíveis a Palavra e um auto-exame sincero, podemos aprender até mesmo de nossos inimigos e caluniadores quais são os pontos fracos em nossa personalidade. Porque eles são exigentes na detecção de nossas falhas, e, geralmente, tem um pouco de verdade no que alegam de nós.

 Portanto, temos maior benefício dos sarcasmos de nossos inimigos do que da bajulação de nossos amigos. Precisamos desesperadamente nos familiarizar com nossas fragilidade e deficiências – e não justificá-las a luz da deficiência dos outros, da igreja... para que possamos saber realmente onde reside a nossa fraqueza... isso mostra um zelo pela verdade concreto.

 Não há nada de mórbido nisso. Mas tudo isso – limitações e incapacidades, só podem ser descobertas por um considerável grau de auto-conhecimento... que se torna impossível na morbidez do prazer e justificativas que fluem na meditação da falha dos outros... irmãos, igreja... do mundo.

 Como já disse alguém, um homem sábio, vem como o tolo, tem suas fraquezas, mas a diferença entre eles é que o sábio conhece suas fraquezas, até mesmo as que é impossível o mundo ver. Mas o tolo não vê suas fraquezas, mesmo as que o mundo inteiro pode ver. São desconhecidas para ele.

 Não há morbidez em meditar em nossas fraquezas, os benefícios do auto-conhecimento são demasiadamente numerosos para serem mencionados... mas destacamos – o homem que conhece a si mesmo sabe melhor em que ele precisa mais negar a si mesmo... esse é o grande dever da vida, o chamado de Cristo para nós.

 Devemos conhecer nossos pontos específicos de perigo, e nos colocar na trincheira contra todo inimigo que se aproxime deles. O prazer que verdadeiramente é mórbido é o oposto disso.