segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Dúvidas - A sunamita fez confissão positiva?


 Para os seguidores do movimento triunfalista denominado confissão positiva, a mulher de Suném, ao declarar - diante de  circunstâncias adversas - que tudo estava bem, teria usado o poder de suas próprias palavras para obter uma grande vitória (2 Rs. 4.26). Afinal, se assim não ocorrera, segundo eles, teria sido da parte dela uma insanidade responder que estava "tudo em paz" (hb. shalom) sabendo que o próprio filho acabara de morrer (v.20).

 Entretanto, ao ler todo o capítulo da passagem em apreço, constatamos que a sunamita era uma mulher de fé, haja vista ter dito ao seu marido: "Manda-me já um dos moços e uma das jumentas, para que eu corra ao homem de Deus e volte... Tudo vai bem" (vv.22,23).

 Sua atitude assemelha-se à de Abraão, momentos antes do quase-sacrifício de seu filho: "Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, tornaremos a vós" (Gn. 22.5). Ter uma inabalável fé em Deus não é o mesmo que abraçar o triunfalismo. Confiar no Senhor é saber que Ele pode realizar grandes obras.

 Vemos isso no episódio envolvendo Ananias, Misael e Azarias (Dn.3). Ao serem ameaçados por Nabucodonosor, aqueles jovens disseram: "Eis que o nosso Deus, a quem nós servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua mão, é rei" (v.17). A fé, por conseguinte, faz-nos orar ou falar com ousadia, porém isso não é confissão positiva (At. 4.29-31).

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