A jornada de Abraão mudou o mundo para sempre. Se Abraão não tivesse embarcado em sua odisseia rumo à “terra que Eu te mostrarei”. não teríamos uma “Terra Prometida”, não teríamos um povo judeu, não teríamos o Sinai, não haveria Judaísmo, Cristianismo, Islã e (segundo alguns), Hinduísmo e Budismo e outras disciplinas orientais. não teríamos os princípios declarados nos Dez Mandamentos, que definem os direitos humanos básicos que se tornaram a base de nossas modernas democracias. Imagine: uma jornada solitária feita por um homem (acompanhado por um pequeno grupo de pessoas), feita há 3747 anos, mudou todo o curso da história!
Há mais de 4 décadas o homem pela primeira vez pousou na lua: se o “pequeno passo para o homem” de Neil Armstrong foi “um salto gigante para a humanidade”, como poderíamos definir as implicações do passo de Abraão deixando Harã a caminho de Canaã? Em 1972, quando o Presidente Nixon fez sua histórica viagem à China, reabrindo relações com aquele país fechado, os jornalistas ocidentais tiveram sua primeira oportunidade de conversar com líderes chineses. Quando perguntaram ao líder Zhou Enlai sobre o impacto das Revoluções Francesa e Americana, ele disse; “É muito cedo para dizer…” Nossa perspectiva míope muitas vezes exagera o impacto dos eventos imediatos ocorrendo à nossa volta.
Ninguém questiona o pouso sem precedentes na lua, ou a viagem de Colombo ao Novo Mundo, ou outros grandes passos dados pelo homem no decorrer da história. Porém o maior deles todos – aquele que teve o maior e mais forte impacto sobre a história – foi a jornada de Abraão. O que houve nessa jornada para ter tamanha potência? O que podemos aprender com Abraão sobre as nossas jornadas de hoje? Como podemos ter certeza de que nossas expedições deixam uma marca positiva indelével sobre nossos filhos e nas gerações que virão? A viagem de Abraão foi muito mais que uma excursão geográfica. Foi uma transição da nossas zonas de conforto de auto-concentração para as alturas maiores da transcendência; uma jornada do mortal até o imortal.
Abraão viveu num mundo absorvido em profundo auto-interesse (isso lhe parece familiar?) – um mundo pagão que era consumido pela própria maneira de fazer as coisas. Nada de novo – à maneira da carne, a inclinação natural do homem é servir a si mesmo. Abraão abriu um novo caminho. Resistindo a todas as pressões – rejeitando todas as influências de sua vida, família, cultura e comunidade – ele procurou algo verdadeiro e eterno, algo que transcende os caprichos subjetivos do homem e as forças transitórias da natureza. Um homem solitário lançado contra um mundo inteiro. Abraão descobriu a única verdadeira certeza na vida: a única certeza na vida é o compromisso absoluto com seu chamado Divino, para a missão para a qual você foi o único escolhido.
O chamado de D'us a Abraão – “Deixa a tua terra, teu local de nascimento, a casa de teu pai, e vai para a terra que Eu te mostrarei” – é a essência do chamado do homem sobre a terra: deixar suas influências instintivas e subjetivas, afastar-se de sua natureza e seus hábitos, transcender o preconceito do ego, libertar-se das pressões sociais – para ir além do próprio ser, seu ser genético e condicionado, e atingir a grandeza. Abraão foi o primeiro a fazer a jornada. Porém não foi o último. O chamado “Sai da tua terra” ressoa através da história enquanto convoca cada um de nós: você levará uma vida impulsionada por interesses existenciais, ou uma vida aspirando transcendência?
A cada momento de nossas vidas, em cada encontro que temos, há duas escolhas: ser medíocre ou ser grande. Você seguirá suas necessidades egoístas e imediatas, ou vai transcender seu ser natural e ir além de si mesmo – para a sua essência, para quem você realmente é? Para você será suficiente ficar nos confins das forças que o moldaram, ou você pretende ir além do seu ser? À medida que cada um de nós passa pela jornada da vida, chegamos a uma encruzilhada na rodovia e enfrentamos muitas vezes essa questão. Ler a história de Abraão pode ser uma tremenda inspiração. A história de nosso pai Abraão é a nossa história. Ele é o “pai de todas as nações” – o primeiro homem a descobrir a transcendência – e nos ensina que a única reação verdadeira às dúvidas e à confusão é abraçar nosso chamado imutável.
Abraão começou a jornada há 3747 anos ("Sai da tua terra" ocorreu no 75º aniversário de Abraão); somos levados a concluí-la. "Sai da tua terra" é o chamado imortal a Abraão para empreender uma jornada que desafiaria a própria natureza da existência – atingir céu e além, e trazê-lo de volta para a terra. No espírito de Abraão, eis aqui uma humilde sugestão: vamos todos pensar e então anotar qual a jornada que estamos adotando em nossa vida? Estamos encurralados em nossas zonas de conforto? Que temores e incertezas nos mantêm paralisados? E então pergunte a si mesmo: qual é a coisa mais certa em sua vida? O que você sabe é real com certeza absoluta e incondicional? Se não pode encontrar a resposta, comece olhando agora.
Ouça o chamado “Sai da tua terra" e inicie sua jornada. Se você tem a resposta, acalente-a e apegue-se a ela com cada fibra do seu ser – e acima de tudo, faça jus a ela. Toda experiência em nossas vidas nos oferece a oportunidade de atingir a grandeza. Você vai chegar a essa ocasião?
Assim como foi prometido a Abraão quando ele embarcou em sua jornada, também recebemos a promessa na nossa: “Eu farei de ti uma grande nação. Eu te abençoarei e te farei grande, e te tornarás uma bênção. Eu abençoarei aqueles… todas as famílias da terra serão abençoadas através de ti.” E se a parte cética em você se pergunta se vai ser abençoado dessa maneira, considere isto: Esta bênção foi concedida a Abraão há 3747 anos, e nos milênios que se seguiram desde então até agora, vimos sua concretização – apesar de todas as dificuldades. Alguém pode duvidar que a mesma bênção pode ser cumprida hoje em nossas jornadas?
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